Tadeu Fillippelli analisa conjuntura política do Distrito Federal

ENTREVISTA | Tadeu Filippelli analisa conjuntura política do DF

Tadeu Filippelli

Tadeu Filippelli

 

Por Kleber Karpov, do blog Política Distrital


Na noite de sábado (25), durante confraternização promovida pelo presidente do Partido Republicado Progressista no Distrito Federal (PRP-DF), Adalberto Monteiro, conhecido no meio político do DF e figura importante nas gestões do ex-governador Joaquim Roriz (PRTB), o blog Política Distrital, entrevistou o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB).

Engenheiro elétrico por formação e atual presidente do PMDB-DF, Filippelli, exerceu um mandato de deputado distrital, três de deputado federal e, em 2011, foi vice-governador, ao lado de ex-governador Agnelo Queiroz (PT). Porém, a baixa popularidade e a gestão desastrosa de Agnelo, não garantiu a recondução da composição PT-PMDB ao Executivo.

Após ser nomeado assessor do gabinete do presidente Michel Temer (PMDB), na Presidência da República, Filippelli voltou ao protagonismo na política local. Articulador político e crítico em relação à gestão do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), o ex-vice-governador desponta como forte nome na lista de sucessão do atual governo para 2018.

 

Política Distrital – O senhor fez parte do governo de Agnelo Queiroz, o que criou certo estigma por causa da reprovação da gestão, do ex-governador, pela população do DF. Considera que sua caminhada para 2018 pode ser afetada?

Tadeu Filippelli – Acho que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Basta ver o quadro nacional onde, por exemplo, guardadas as devidas proporções, os processos que a (presidente afastada) Dilma responde não contaminaram o presidente Temer, porque a ação de um vice-governador não tem a continuidade administrativa de um governo. Ela tem apenas o fato de suprir a ausência do principal mandatário naquele momento.

 

Como ficou a relação de Tadeu Filippelli com o ex-governador Agnelo?

A minha relação com o Agnelo ela foi extremamente cordial, correta e respeitosa. Eu estou falando apenas explicando do ponto de vista jurídico. Entendo que esse mesmo respeito que tenho com o Agnelo, tenho certeza que ele tem comigo, também em virtude de honrar os compromissos que nós tínhamos.

 

O senhor está lotado atualmente na assessoria da Presidência da República. O Governo Rollemberg semana passada pediu o apoio do governo Federal em relação às dívidas do DF e de outros estados. Como será a atuação de Tadeu Filippelli, representante da União, com o governador do DF?

A gente tem que entender que ser adversário político não é ser inimigo. A partir do momento que eu passo a ser inimigo do Rodrigo Rollemberg, um negócio que não cabe, pois somos adversários políticos, mas não inimigos, estarei sendo também inimigo de Brasília, o que seria um grande equívoco. Nós podemos divergir em ideias, divergir de pontos de vistas, mas nunca podemos, em um conflito entre nós, permitir que reflita sobre o dia-a-dia de Brasília.

 

O senhor por diversas vezes se manifestou contrário ao caminho trilhado pelo governador Rodrigo Rollemberg. Quais são os principais problemas, sob seu ponto de vista, na atual gestão?

Eu discordo profundamente do Rodrigo Rollemberg. Tenho respeito sob a liturgia do cargo dele, de governador, porém tenho que discordar da forma dele governar, da forma dele pensar, e da forma dele fazer política. O próprio presidente Michel Temer, no momento que ele assumiu, interinamente, a presidência da República, na primeira reunião ministerial, o que ele mais fez foi pregar o respeito à Instituição. Então, por exemplo, Ele [Michel Temer] não permitiu e reagiu de forma veemente, que fosse retirada as fotografias da presidente Dilma, em respeito à própria instituição da Presidência da República. Ele recomendou que críticas e erros observados e afetados, que fossem denunciados os erros e, nunca as pessoas. O próprio Rodrigo Rollemberg, ao chegar ao governo e mesmo depois de um ano e meio, não entendeu que é governador e se prende apenas a desconstruir as outras pessoas. Qualquer que seja o partido, qualquer que seja a pessoa que tenha por circunstâncias políticas militado contra ele. Em outra eleição, quando ele foi eleito a senador [em 2010], nós estávamos juntos, ajudamos na eleição, fomos importantes na eleição dele [Rollemberg] e se não tivesse na nossa coligação, não se elegeria. E eu posso cobrar isso. Aí ele usa o processo de desconstrução das pessoas. É lamentável. Ele esconde a incapacidade e a incompetência dele buscando desconstruir os outros.

 

Em algum momento o governador Rollemberg procurou o senhor para buscar opinião em relação à gestão do DF?

Não, lamentavelmente não. É interessante que nós fomos muitos cuidadosos. Entre o primeiro e segundo turno, que fomos derrotados no primeiro turno. E ele fez questão de nos colocar na condição de adversários dele e não permitiu de jeito nenhum, haver qualquer tipo de possiblidade. Então fomos colocados na oposição, por ele. Ele não aceitou, de todo o grupo, de todos aqueles políticos, que não estavam com ele no primeiro momento, de fazer algum tipo de construção e de composição. Lamentável. As pessoas que me procuraram e pediram, como se fosse, não digo uma permissão ou procuração, ao contrário. Mas em meu entendimento para que tivesse a liberdade de ajudar o Rodrigo Rollemberg se arrependem, profundamente. Todos eles foram rigorosamente desprezados na formulação política do atual governo.

 

A saúde é um dos principais gargalos em qualquer município e no DF não é diferente. O senhor considera coerente a condução da Pasta por parte do governo Rollemberg?

Há uma completa ausência de gestão do Rodrigo na área de Saúde. Basta ver o seguinte: o número de mudanças que teve de secretário. Isso não existe. Qual foi a pessoa que passou por lá que teve o perfil de secretário de Estado de Saúde de um governo? Não dá para entender um descuido, um despropósito um desconhecimento desse. Então, em primeira instância, a primeira coisa que falta é um esforço dele em tentar resolver o problema da Saúde, em realmente trabalhar com gestão, o que ele tanto cobrou na campanaha dele.

 

O senhor é conhecido por ser um tocador de obras, justamente por ser um grande gestor nesse segmento. O que o DF pode esperar de Filippelli para o futuro?

Eu acho que uma gestão, um governo, não pode ser somente voltado para o conjunto de obras. Claro que obras são fundamentais. É impensável hoje você permitir que os habitantes do DF percam tanto tempo preso em deslocamentos e etc. Brasília tem que ser preparada para o futuro. Tem que ter um conjunto de obras, ter os olhos colocados no futuro, mas logicamente que os outros temas merecem atenção.  Entendo que, até copiando um pouco o Rodrigo, Brasília está muito bem equacionada do ponto de vista de verbas, mas lamentavelmente, Brasília não teve a sorte dessa gestão, neste governo. Se alguém criticava o governo Agnelo, hoje está disposto a rever esse conceito.

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