Você não precisa se preocupar com a privacidade na internet a não ser que tenha algo a esconder, certo? Bom, não é bem assim. Na web, cada pessoa faz parte de uma teia com pelo menos três graus. Funciona dessa maneira: se um usuário tem 190 amigos no Facebook, ela está conectada a mais de 5 milhões de pessoas, considerando as conexões amigos de amigos de amigos.
Ou seja, existem inúmeras organizações coletando os seus dados, os anunciantes, as redes sociais, as empresas de e-mail, o governo e muito mais.
Para Edward Snowden, a privacidade online deveria ser uma preocupação de todos os usuários da rede. O site americano Inc. reuniu algumas dicas que Snowden deu em entrevistas e que podem ajudar você a se proteger:
1. Evite consumir serviços como Google, Facebook e Dropbox
Se você é do tipo que não consegue ficar um dia sem acessar o Facebook, você não está sozinho. De qualquer maneira, Snowden classificou o Google e o Facebook como “serviços perigosos” e os usuários devem evitá-los.
Já o Dropbox, que é uma solução de armazenamento online, também é apontado como uma ameaça. No lugar desta ferramenta, Snowden recomenda o uso do SpiderOak, que possui um sistema mais seguro.
2. Criptografe o seu disco rígido
Inserir uma senha para proteger os seus arquivos é o primeiro passo, mas não é suficiente. Segundo Snowden, criptografar o seu disco rígido é uma defesa no mundo digital. Esse gesto oferece proteção caso você perca seu computador ou seja roubado.
E não é preciso ser técnico para fazer isso. Alguns dos novos sistemas operacionais possuem uma ferramenta que possibilita criptografar com poucos cliques. Por exemplo, o BitLocker, que é padrão do Windows 7. Os usuários do OS X podem usar o FileVault 2, enquanto os usuários do Linux usam uma ferramenta chamada Ubuntu.
3. Evite o acompanhamento online gerado pelo uso de plug-ins
Na tentativa de criar uma experiência de compras e publicidade direcionada ao público alvo correto, os anunciantes e marcas coletam uma quantidade enorme de dados. Mesmo que você aprecie a experiência da compra online, lembre-se de que outras organizações podem ver a sua atividade.
Navegadores como o Chrome e a Internet Explorer 10 oferecem a configuração “do-not-track” que bloqueia algumas coletas, mas o uso de extensões pode adicionar uma camada extra de proteção e anonimato.
A “Ghostery”, por exemplo, é uma das mais populares, e está disponível para Chrome, Opera, Firefox, Safari, e sistema de smartphones como Android, iOS e Firefox Android. Ela mostra o número de dados que estão sendo coletados e oferece a opção de bloqueá-los em massa.
4. Criptografe suas conversas em chat, e-mail e até mesmo as chamadas de telefone
Já ouviu falar no “Silent Circle”? Ele é chamado de “solução do mundo à privacidade móvel” e foi criado para proteger os usuários de smartphones da coleta de dados generalizada. Ele oferece uma variedade serviços de criptografia para mensagens de texto, voz, transferências de arquivos e mais. Além disso, atende usuários individuais e empresas.
Agora, se você quer criptografar somente seu e-mail no Microsoft Outlook, ou usar um serviço de e-mail baseado na web com criptografia embutida, opte pelo “Hushmail”.
Já para o bate-papo online, experimente um serviço como ChatCrypt, que criptografa as mensagens.
5. Instale o Tor no seu computador
Tor é um software que multiplica as camadas de segurança. Basicamente, a sua comunicação na internet é substituída por informações falsas, tornando difícil (isso se não for impossível) rastrear a sua atividade online. Os sites que você visitar ficam desabilitados para coletar dados como sua localização, por exemplo.
Essas são algumas ferramentas que ajudam a proteger a sua atividade online. Afinal, anunciantes, hackers, e até mesmo os seus sites de compras favoritos não precisam de tantas informações sobre a sua vida. A chave para proteger sua privacidade online não é uma única ferramenta mágica, mas uma combinação delas.