Depois da crise provocada pela fuga de 10 presos em ala de segurança máxima na Papuda, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) demitiu, de uma só vez, o secretário de Justiça, João Carlos Souto, e o subsecretário do Sistema Penitenciário (Sesipe), João Carlos Lóssio.
Em coletiva, realizada nesta tarde (23), ele anunciou as mudanças, mas não deu qualquer informação sobre a situação do delegado Mauro Cezar Lima, diretor do PDF1, onde ocorreu a fuga de 10 presos perigosos no último domingo (21). No governo, no entanto, a avaliação é de que a situação de Mauro Cézar é insustentável.
No lugar do secretário de Justiça, assume interinamente o perito criminal Guilherme Rocha de Almeida Abreu, que exerce atualmente o cargo de chefe de gabinete da Casa Civil.
Souto foi indicado pelo deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), que na Câmara Legislativa, já começou a reagir, com críticas ao governo.
Para substituir o delegado João Carlos Lóssio, Rollemberg escolheu uma pessoa da confiança do diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba. O delegado Anderson Espíndola, diretor-geral-adjunto da corporação, será o titular da Sesipe.
Lóssio integra grupo rival a Seba na Polícia Civil do DF. Na repercussão sobre a fuga na Papuda, o também delegado Mauro Cézar criticou a atuação da Polícia Civil na busca dos fugitivos.
Durante a coletiva, Rollemberg anunciou também que a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) volta a ficar vinculada à Secretaria de Segurança Pública e Paz Social, e não mais à Secretaria de Justiça.
A troca no comando aconteceu depois da crise política provocada pela fuga dos 10 presos na madrugada de domingo (21/2). O diretor do presídio, Mauro Cézar Lima, acusou a Polícia Militar de não manter homens nas guaritas externas do Complexo Penitenciário da Papuda e atacou a própria corporação, a Polícia Civil, ao alegar que não recebeu apoio na captura dos homens.
Quatro dos internos continuam foragidos enquanto, nos bastidores, criou-se um fogo cruzado entre as forças de segurança e a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), ligada à Secretaria de Justiça e Cidadania. Na segunda (22), Rollemberg ainda tentou acalmar os ânimos, e disse que era preciso investigar o que ocorreu antes de apontar os responsáveis.
A Sesipe abriu investigação para saber as circunstâncias da fuga e informou que “estão sendo estudadas medidas para reforçar a segurança nas unidades prisionais que sofrem com problemas estruturais, disputas políticas e brigas institucionais.
Também ontem (22), em um áudio divulgado nas redes sociais e em uma declaração pública, Mauro Cézar disse que 90% das torres de vigia estão desabilitadas, informação desmentida pelo chefe do Centro de Comunicação Social da PM, coronel Antônio Carlos de Santana.
Fonte: Correio Braziliense
Com informações de Isa Stacciarini