Celina Leão vai entrar com representação contra Chico Vigilante

Celina plenário

A deputada Celina Leão vai entrar com uma representação por quebra de decoro parlamentar, contra o deputado Chico Vigilante (PT), pela acusação de que um de seus assessores teria retirado computadores de seu gabinete, um dia antes (22) da operação deflagrada pela Polícia Civil e MPDFT, com o objetivo de esconder provas.

A decisão foi tomada nesta terça-feira (23), pela parlamentar, no Plenário da CLDF, quando recebeu da Coordenadoria de Polícia Legislativa (Copol) documento que atesta que, a partir da análise do circuito interno da Casa, os peritos garantiam que não há nenhum registro de retirada de equipamento de informática, como Chico Vigilante afirmou à imprensa. “O deputado, hoje cedo, afirmava o fato da retirada dos computadores e, à tarde, ele desmentia. Isso é irresponsabilidade de um deputado do PT, partido do qual sempre fui inimiga. Para mim, uma acusação tem de ter, no mínimo, uma prova. Isso não existe, não aconteceu. É mais uma tentativa de desmoralizar a Câmara Legislativa. As pessoas querem antecipar o processo eleitoral para 2018, mas não vão conseguir”, garante a parlamentar.

Durante a sessão ordinária, Celina ocupou a tribuna por duas vezes para dar esclarecimentos sobre os fatos que envolveram a Mesa Diretora da Casa, nos últimos dias, e em especial, sobre o afastamento dos membros da Mesa Diretora, afirmando que quase todos são oposição ao governador. Celina criticou o governador Rodrigo Rollemberg e o acusou, mais uma vez, de estar por trás da denúncia feita pela ex-vice-presidente da Casa, Liliane Roriz. “Não tenho dificuldade de identificar o mentor dessa trama”.

“Ela [Liliane] está no buraco e quis jogar a Câmara Legislativa no buraco”, afirmou Celina enfatizando que tratar de uma trama política. Lembrou ainda, as gravações feitas pela colega que remetem a um suposto esquema de pagamento de propina em aprovação de emenda que garantia o pagamento de UTIs por parte do GDF.

Sem se calar perante as denúncias, Celina cobrou: “cadê a materialidade da denúncia feita pela deputada Liliane Roriz, quem já recebeu três condenações em ações penais?”, disse em alto e bom som. “Ela é a autora da emenda que garantiu a mudança de destinação de cerca de R$ 30 milhões do Orçamento. Sou favorável à investigação das denúncias, porque respeitamos o Judiciário, mesmo não concordando com a decisão do desembargador Humberto Adjuto Ulhoa, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Mesmo antes da Casa ser notificada, já passamos a presidência para o deputado Juarez. Mas vamos recorrer da decisão do afastamento”, afirmou.

Para Celina Leão o que está ocorrendo na CLDF não é democracia. “Como pode um cidadão não ter tido o direito da ampla defesa do contraditório em um país democrático. É isso que está acontecendo no Distrito Federal. Há uma discordância do ponto de vista e a Mesa vai recorrer”, disse ela, reclamando da falta de materialidade do que as acusam.

No Plenário Celina fez uma retrospectiva do início do governo do DF, que aí está, e o qual apoiou. Lembrou da primeira briga com o GDF, nos primeiros seis meses do mandato dele, por não concordar com determinadas iniciativas e até por falta delas. “Não sou submissa a nenhum governo, nem aquele que apoiei. Creio que o que está acontecendo nesta cidade é, de realmente, tirar a Mesa Diretora da CLDF, que é oposição a este governo”, disse ela, destacando que seus membros nunca compactuaram com o que não era correto.

Em seu discurso de mais de dez minutos, Celina contou com o silêncio dos presentes no Plenário, e lembrou que Liliane Roriz responde a uma ação penal e foi condenada ontem (22). “E supostamente no dia do seu julgamento sai uma denúncia no MPDFT”, analisou Celina com estranheza. Os outros deputados componentes da Mesa, mas afastados, também falaram e tiveram um discurso na mesma linha de Celina.

Antes, da sessão ordinária, durante entrevista coletiva organizada pelos promotores públicos do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), Clayton da Silva Germano, Luis Henrique Ishihara e Geraldo Mariano Machado Alves de Macedo, eles falaram do trabalho do MPDFT no afastamento dos integrantes da Mesa Diretora, deflagrado pela operação Drácon pela manhã. Segundo eles, a medida permitirá que a Câmara Legislativa investigue denúncias de suposto desvio de recursos de emenda parlamentar sem interferência. Eles esclareceram que a presença dos deputados investigados na Mesa poderia comprometer o andamento dos trabalhos do Legislativo.

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