Com 2,9 milhões de habitantes, qualidade de vida melhora no DF nos últimos dois anos

Pdad 2015, divulgada nesta segunda-feira (5), no Palácio do Buriti, mostra, porém, que desigualdade social ainda é alta. Para a Codeplan, o grande desafio é diminuir as disparidades entre as regiões administrativas

Pesquisa por amostra de domicílio do Distrito FederalA qualidade de vida da população do Distrito Federal melhorou, de 2004 a 2016, mas a desigualdade social persiste. É o que mostra a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad) 2015, divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), nesta segunda-feira (5), no Palácio do Buriti, como parte da comemoração dos 50 anos de criação da empresa pública.

O levantamento mostra que os índices de escolaridade melhoraram desde que os dados começaram a ser coletados, em 2004, e a diferença de renda entre as regiões administrativas também decresceu. Ainda assim, a população do Lago Sul, por exemplo, tem remuneração média 16 vezes superior à da Estrutural.

Assim, enquanto a renda domiciliar média no Lago Sul chega a 27,53 salários mínimos, na Estrutural ela é de 2,5 salários mínimos. Essa disparidade de rendimento está diretamente ligada ao nível de escolaridade das populações.

No Lago Sul, 68,56% dos moradores têm ensino superior completo. Na Estrutural, por sua vez, o índice é de apenas 1,53%. Na média, 18,74 % da população residente no DF têm formação universitária. Em 2004, esse porcentual era de apenas 9,3%.

Para o presidente da Codeplan, Lucio Rennó, “o grande desafio do DF é reduzir as disparidades entre as regiões administrativas”. Ele explica: “Essa é uma lição clara que sai da Pdad desde sempre, em todas as rodadas que a gente faz. Tem melhoras em comparação com os últimos dois anos, mas a desigualdade é muito visível”.

O índice de analfabetismo também diminuiu no período. Quando a pesquisa começou a ser feita, o DF tinha 4,2% dos habitantes nessa condição. Na edição mais recente, o índice é de 2,08%, um pouco superior ao levantamento de 2013, quando o dado ficou em 1,9%.

“O grande desafio do DF é reduzir as disparidades entre as regiões administrativas”Lucio Rennó, presidente da Codeplan

Isso se deve à crise econômica nacional, que tende a intensificar o problema educacional. “Temos um nível fundamental, de crianças de 6 a 14 anos, quase universalizado. No entanto, isso diminuiu muito no ensino médio. Talvez esse seja outro lugar em que a gente tem de investir para universalizar o acesso. As políticas públicas teriam que ser orientadas por essa discrepância”, destaca Rennó.

População se concentra no lado oeste do DF

Ceilândia segue como maior região administrativa do Distrito Federal, com 479.713 pessoas. Em segundo lugar, aparece Samambaia, com 258.457. O Plano Piloto vem em terceiro lugar, com 210.067 moradores, seguido de Taguatinga, com 207.045.

A população total do DF está estimada em 2.906.574, como mostra a pesquisa. A maioria (52,13%) é constituída de mulheres. Os brasilienses são na maior parte católicos (58,51%) e evangélicos (28,91%). Entre os migrantes, 52,15% vieram do Nordeste e 26,94%, do Sudeste.

2.906.574 habitantesPopulação total estimada do DF. Maior região administrativa é Ceilândia, com 479.713 moradores

A edição mais atual da Pdad traz informações sobre os fluxos entre moradia e local de trabalho. Essa é uma análise nova e fundamental para entender os desafios para a mobilidade no território. Pela pesquisa, percebe-se que os postos de trabalho se concentram no Plano Piloto e em Taguatinga.

Ainda assim, tem havido tendência de descentralização, principalmente em regiões como Brazlândia, onde 53,7% da população ocupada trabalham na própria região, ou Planaltina, onde 44,9% dos ocupados não precisam sair dela para trabalhar.

Nesses casos, o movimento interno é feito a pé ou por meio de ônibus. O deslocamento por veículo é predominante entre os moradores do Plano Piloto e regiões mais centrais e de maior poder aquisitivo.

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Na faixa de maior renda, 81% da população usam o carro para chegar ao trabalho. No grupo de menor renda, apenas 17% se valem do automóvel como meio de transporte diário. Considerando todas as faixas de renda, o uso do automóvel alcança 41,42% do total da população ocupada.

A Pdad reúne as informações regionais coletadas em 2015 e 2016. Participaram da pesquisa 24.014 domicílios nas 31 regiões administrativas.

MARYNA LACERDA, DA AGÊNCIA BRASÍLIA  – EDIÇÃO: RAQUEL FLORES E VANNILDO MENDES

 

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