Belchior morre aos 70 anos

Por Irlam Rocha lima
O cantor e compositor Belchior morreu, aos 70 anos, na madrugada deste domingo (30/4), em Santa Cruz do Rio Grande do Sul. A informação foi divulgada primeiramente pelo jornal cearense O Povo. De acordo com a publicação, o corpo do artista deve seguir para o Ceará ainda hoje e o sepultamento deve ocorrer na cidade de Sobral.

Natural do Ceará, Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes fez fama nos anos 1970 com álbuns como Alucinação (1976). Só neste disco, estão clássicos como Velha roupa colorida, Como nossos pais, A palo seco e Alucinação. O músico é da mesma geração de outros artistas nordestinos como Raimundo Fagner, também cearense. Nos últimos anos, no entanto, Belchior ficou recluso, se ausentando dos palcos há mais de sete anos.
Em nota, Camilo Santana, governador do Ceará, lamentou a morte do artista. “O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará e do Brasil”, escreveu, em sua conta no Facebook. O governo decretou luto oficial de três dias.

Paradeiro

Desde 2009, o compositor não fazia mais shows e quase não havia notícias sobre o que o “cantador de coisas do porão” estava fazendo. O último disco inédito foi lançado em 1993. Com pendências e dívidas, ele passou pelo Uruguai e estaria, segundo as últimas informações, no interior do Rio Grande do Sul se dedicando ainda a uma versão com linguagem popular da Divina comédia, de Dante Alighieri.

Biografia

Nascido em 26 de outubro de 1946, Belchior era natural do Ceará e por muitos anos ficou conhecido somente por lá. Em 1971 seus sucessos estouraram nacionalmente, após participar do IV Festival Universitário da MPB. Desde sempre, deixou claro que não fazia parte do “bloco dos contentes”, expressão usada para se referir a pessoas que se deixavam abraçar pelo sistema. O país vivia sob a égide da ditadura militar e nos primeiros versos da letra ele cantava: “No centro da sala, diante da mesa/ No fundo do prato, comida e tristeza/ A gente se olha/ Se toca e se cala…”.

 

De Sobral, interior do Ceará, iniciou sua carreira ao se mudar para a capital, Fortaleza. Lá, teve contato com Fagner, Ednardo, Amelinha, Roger Rogério, Cirino, Teti e Amelinha. Assim, criaram um grupo batizado de Pessoal do Ceará.

 

No Bar do Anísio, reduto de artistas na praia do Mucuripe (homônimo de uma canção dele em parceria com Fagner), mantinha contato com outros músicos que frequentemente se juntavam para compor e “fazer um som”.

 

Fagner, morando em Brasília, venceu 1º Festival do Ceub em 1972, com a canção Mucuripe. À época, em entrevistas ao Correio, Fagner fez questão de afirmar que a música era uma parceria dele com Belchior. O certo é que Mucuripe contribuiu decisivamente para os dois se popularizarem nacionalmente.

 

Mas foi com a canção consagrada na voz de Elis Regina, Como nossos pais, que Belchior alcançou um patamar ainda mais alto na MPB. Ao todo, ele parte dessa vida deixando 18 álbuns para os fãs se lembrarem de sua obra para sempre. Desses, 12 são LPs e apenas seis CDs. O mais recente chama-se Sempre, gravado em 2009.

Foto: Divulgação

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