Sobradinho faz 58 anos ///Histórias da cidade /// As versões do nome Sobradinho
Embora abrigue inúmeras construções, o verde ainda prevalece na Petrópolis brasiliense. Região que, segundo registros históricos consultados, o imóvel denominado “Sobradinho”, situado no município de Vila Planaltina, Comarca de Formosa, Estado de Goiás, dista quatro léguas da cidade de Formosa. No local, existe um marco, feito em madeira de lei (ipê) e lavrado em quatro faces, terminado em forma piramidal, com 1,60 metros de comprimento. Está cravado na divisa com a Fazenda Sobradinho Moji, próximo a uma porteira antiga, ficando enterrado a 75 cm e tendo suas faces voltadas para os pontos cardeais. Este é um fato histórico, documentado. A seguir vamos dar uma volta no tempo para reportar às nossas origens, ” viajando” inclusive, na versão lendária de que o nome Sobradinho advinha da existência nesta localidade de um cruzeiro com uma casinha de João-de-Barro sobreposta, o que simbolizaria um sobradinho.
Duas versões dividem a cidade
Com relação ao nome da cidade, vamos encontrar entre os estudiosos do assunto duas distintas correntes históricas, que procuram explicar a real origem do nome Sobradinho e, como não poderia deixar de ser, com respeitáveis divergências. Essas duas correntes são, inclusive, lembradas pelo historiador de Brasília, José Adirson Vasconcelos, em seu livro “As Cidades Satélites de Brasília”. De um lado, temos a versão da existência de um velho cruzeiro de madeira rústica, erguida antes de 1850, às margens de um ribeirão existente na fazenda e no qual teriam sido construídas duas casinhas do pássaro João-de-Barro, superpostas, sobre o braço direito do mesmo. Tal fenômeno atraía a atenção dos viandantes, que passavam a tomar por referência aquele ponto geográfico, denominando-o “Cruzeiro do Sobradinho” ou “Sobradinho do Cruzeiro”.
Na outra corrente, é apresentada a versão de ter existido nestas terras um pequeno sobrado que servia de referência para os contrabandistas de ouro que procuravam burlar o fisco real. Como a rainha de Portugal, Dona Maria, a louca, tomou conhecimento do fato, mandou construir próximo ao pequeno sobrado um posto fiscal para conter o trânsito ilegal de minério. Isto foi suficiente para circular entre os garimpeiros, que procuravam alertar uns aos outros, com a seguinte advertência: “cuidado com o posto que a rainha colocou depois do sobradinho”.
O primeiro traçado urbanístico
O certo mesmo é que com o passar dos tempos, o ribeirão local terminou por ser denominado “Córrego Sobradinho”, do que resultou, por referência geográfica, a mesma denominação para as fazendas das redondezas, como “Sobradinho-Moji” e “Sobradinho dos Mellos”. E, assim, a partir de 1959, o loteamento da área onde está a Sede da RA-V, elaborado pela Novacap recebeu, também, o nome de Sobradinho, considerando-se como data de sua fundação oficial o dia 13 de maio de 1960. Consagrando-se, destarte, tanto pela tradição, bem como pela aceitação popular, a denominação inspirada na engenhosidade instintiva de um pássaro quando da construção de seu ninho em um cruzeiro, símbolo secular da fé cristã.
História
O advento da implantação de Brasília no Planalto Central encontrou o homem brasileiro atuando nesta região há mais de um século. Este fato pode ser comprovado a partir de registros históricos, além do testemunho dos descendentes das famílias proprietárias das terras, e os dados registrados no Cartório de Títulos e Documentos da atual cidade de Brasilinha, nova sede do Município de Planaltina de Goiás, sob n° 238. Entre os antigos documentos do referido município, folha 108, dos Autos do Processo Judicial da Fazenda Sobradinho, encontra-se o nome “Ribeirão Sobradinho”, dado a uma daquelas grandes áreas. Os pioneiros se locomoviam através das camionetes da época.
Registro
No livro de lançamento do Registro de Terras possuído no Município da Vila de Santa Luzia, folha 106, consta o registro de n° 238 com o seguinte teor: “Declaração que faz Joaquim Gomes Rabelo, de umas terras que possui no Município da Vila Santa Luzia para serem registrados conforme o Regulamento de 30/01/1854. O abaixo assinado possui sítio no lugar denominado Sobradinho, distante da Vila treze léguas, cujo sítio e terras a teve por compra que fez a D. Constantina Clerissanta de Mendonça, em data de 7 de janeiro de 1853, e segunda Romana Alves Pedrosa, em data de 10 de agosto de 1854, tendo ambas títulos citados na forma da lei, demarcando-se pela parte do nascente com poente com terras dos herdeiros do finado Filadelpho Camello de Mendonça, pelo poente com Veríssimo José da Silva, pelo norte com os mesmos herdeiros de Filadelpho e pelo sul com os preditos herdeiros, tendo extensão, de nascente a poente, duas léguas, e de norte a sul, uma légua do sítio da lagoa. (Em 15/9/1858).
A divisão
Encontra-se também registrado que com o falecimento de Dona Salvina Fernandes da Silva, isto ocorrido em 7 de abril de 1906, a fazenda foi dividida em duas partes: uma comprada por Valeriana Rodrigues de Castro, e outra, herdada por Maria Antonia Gomes e Sebastiana Gomes Rabelo, ambas filhas da inventariante. A avaliação das terras da fazenda Sobradinho, em 20 de outubro de 1924, na Vila Planaltina era: 150,00 (cento e cinquenta réis). Fonte: Revista João de Barro