Dia da Adoção: 8,7 mil crianças e adolescentes aguardam na fila por pais e mães adotivos em todo o país
Programas estimulam adoção tardia e de crianças com problemas de saúde
O Brasil tem 8,7 mil crianças e adolescentes a espera de adoção. E 43,6 mil pessoas inscritas como pretendentes a adotar. Por que eles não se encontram? Porque a maioria dessas crianças não se encaixa no perfil pretendido pelos candidatos a mães e pais: elas têm mais de três anos, integram grupos de irmãos, apresentam algum tipo de deficiência ou problema de saúde.
Esse quadro se repete no Distrito Federal, onde 150 crianças e adolescentes aguardam para ser adotados. E mais de 500 pessoas estão inscritas e habilitadas no cadastro do DF para adoção, conforme dados reunidos pela Vara da Infância e Juventude.
As distâncias que separam os interesses de crianças e pretendentes a pais estão sendo encurtadas por campanhas que estimulam a adoção de meninos e meninas mais velhos. Um deles, já em funcionamento no Distrito Federal, é o programa Em busca de um lar.
O objetivo é movimentar os processos de inserções em famílias substitutas através da visibilidade das crianças e adolescentes que estão na fila de adoção.
Vídeos estão sendo disponibilizados no site do Tribunal de Justiça do DF (clique aqui), mostrando os perfis de meninos e meninas que sonham em ser adotados.
Os seis primeiros têm uma característica comum: todos têm mais de 9 anos. No vídeo, eles contam sobre a angústia da espera por uma família adotiva e como encaram o fato de estarem fora dos padrões preferidos por candidatos a pais e mães adotivos no Brasil.
A maioria deles chegou às instituições de acolhimento através dos próprios pais, que decretaram a perda do poder familiar de cuidar e mantê-los.
O que fazer para adotar uma criança no Brasil?
Ao longo dos últimos dez anos, mais de 9 mil adoções foram realizadas no país. Entre janeiro e maio deste ano, 420 foram registradas pelo Conselho Nacional de Justiça.
O volume não estanca a demanda crescente nas instituições de acolhimento, mas já é – segundo o CNJ – um dado melhor em relação a década anterior, viabilizado a partir da instituição do cadastro eletrônico de crianças e adolescentes na fila da adoção.
O sistema, que começou a operar em 2008, facilitou a comunicação entre as varas de infância de todo o país, agilizando adoções interestaduais. Até então, os processos de adoção dependiam de busca manual por parte das varas de infância.
O processo eletrônico avançou, permitindo até a comunicação entre famílias que fizeram adoção. No site do CNJ, por exemplo, é possível baixar guia (veja aqui) com um passo a passo explicativo, além de informações sobre busca ativa, os diversos tipos de adoção e depoimentos de famílias que se formaram por meio do processo com histórias envolvendo adoção tardia e adoção de crianças com deficiência.
Às vésperas de mais um dia da adoção – celebrado dia 25 de maio no Brasil-, a deputada Flávia Arruda (PR-DF) destacou a importância da inserção de crianças e adolescentes. “Muitas delas chegaram muito novas às instituições, onde aguardam a oportunidade de fazerem parte de uma família”, avalia a parlamentar, que acrescenta: “São crianças e jovens que precisam e merecem ser cuidados, acolhidos e amados”.