IPCA foi de -0,31% em abril

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril foi de -0,31%, enquanto a taxa registrada em março foi de 0,07%. Esta é a menor variação mensal para o IPCA desde agosto de 1998 (-0,51%). No ano, o IPCA acumula alta de 0,22% e, nos últimos doze meses, de 2,40%, abaixo dos 3,30% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2019, a taxa havia ficado em 0,57%.

PeríodoTaxa
Abril de 2020-0,31%
Março de 20200,07%
Abril de 20190,57%
Acumulado no Ano0,22%
Acumulado nos 12 meses2,40%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram deflação em abril e o maior impacto negativo do mês, -0,54 ponto percentual (p.p.), veio do grupo Transportes (-2,66%). A segunda contribuição negativa mais intensa (-0,05 p.p.) veio dos Artigos de residência (-1,37%), cuja queda foi mais intensa que a registrada em março (-1,08%). No lado das altas, destaca-se o grupo Alimentação e bebidas (1,79%), que acelerou em relação a março, com impacto de 0,35 p.p. no IPCA de abril. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,22% em Saúde e cuidados pessoais e a alta de 0,10% em Vestuário.

IPCA – Variação e Impacto por grupos – mensal
GrupoVariação (%)Impacto (p.p.)
MarçoAbrilMarçoAbril
Índice Geral0,07-0,310,07-0,31
Alimentação e Bebidas1,131,790,220,35
Habitação0,13-0,100,02-0,02
Artigos de Residência-1,08-1,37-0,04-0,05
Vestuário0,210,100,010,00
Transportes-0,90-2,66-0,18-0,54
Saúde e Cuidados Pessoais0,21-0,220,03-0,03
Despesas Pessoais-0,23-0,14-0,03-0,01
Educação0,590,000,040,00
Comunicação0,04-0,200,00-0,01
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços

A queda no grupo dos Transportes (-2,66%) deve-se sobretudo ao recuo observado nos preços dos combustíveis (-9,59%), em particular da gasolina (-9,31%), que apresentou o maior impacto individual negativo no índice do mês (-0,47 p.p.). Houve quedas no preço desse combustível nas 16 regiões pesquisadas, sendo a maior em Curitiba (-13,92%) e a menor no Rio de Janeiro (-5,13%). Além da gasolina, o etanol (-13,51%), o óleo diesel (-6,09%) e o gás veicular (-0,79%) também apresentaram queda em abril.

Ainda em Transportes, as passagens aéreas (15,10%) registraram alta após três meses consecutivos de quedas. O item ônibus urbano (0,11%) foi outro a apresentar variação positiva, em função do reajuste de 5,00% no preço das passagens em Salvador (1,56%), em vigor desde 12 de março.

O grupo dos Artigos de residência (-1,37%) apresentou a segunda maior variação negativa no índice do mês, influenciada pelas quedas dos itens mobiliário (-2,92%) e eletrodomésticos e equipamentos (-3,58%). Por outro lado, artigos de tv, som e informática (0,72%) e de cama, mesa e banho (1,35%) registraram variações positivas no IPCA de abril.

A maior contribuição positiva no índice do mês (0,35 p.p.) veio de Alimentação e bebidas (1,79%), que acelerou em relação ao resultado do mês anterior (1,13%). A alimentação no domicílio passou de 1,40% em março para 2,24% em abril, com destaque para as altas da cebola (34,83%), da batata-inglesa (22,81%), do feijão-carioca (17,29%) e do leite longa vida (9,59%). As carnes (-2,01%) apresentaram queda pelo quarto mês consecutivo, desta vez mais intensa que a do mês anterior (-0,30%).

alimentação fora do domicílio, por sua vez, passou de 0,51% em março para 0,76% em abril, influenciada pela alta do lanche (3,07%). A refeição registrou deflação (-0,13%) pelo segundo mês consecutivo (a queda havia sido de 0,10% em março).

Após a alta de 0,13% em março, o grupo Habitação teve queda de 0,10% em abril, influenciado pelo recuo nos preços da energia elétrica (-0,76%). Vale lembrar que, em abril, houve a manutenção da bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz. As áreas apresentaram variações que foram desde a queda de 4,07% em Vitória até a alta de 3,43% em Porto Alegre. A alta no Rio de Janeiro (1,33%) deve-se aos reajustes praticados nas tarifas de duas concessionárias, vigentes desde 15 de março.

Ainda em Habitação, a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,21%) decorre do reajuste médio de 6,23% em uma das concessionárias de Porto Alegre (1,94%), em vigor desde 21 de março. Alguns artigos de limpeza (0,10%) também tiveram alta, com destaque para o amaciante e alvejante (1,82%), a água sanitária (0,90%), o detergente (0,81%) e o desinfetante (0,59%).

Regionalmente, 14 das 16 áreas pesquisadas tiveram deflação em abril. O menor índice ficou com a região metropolitana de Curitiba (-1,16%), por conta da queda nos preços da gasolina (-13,92%). Já o maior resultado foi registrado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,18%), em função das altas nos preços das passagens aéreas (15,83%) e da energia elétrica (1,33%).

IPCA – Variação por regiões – mensal e acumulada no ano e 12 meses
RegiãoPeso Regional (%)Variação (%)Variação Acumulada (%)Variação Acumulada (%)
MarçoAbrilAno12 meses
Rio de Janeiro9,430,460,180,682,43
Aracaju1,030,410,151,622,84
Porto Alegre8,61-0,32-0,05-0,041,74
Vitória1,860,12-0,090,662,36
Fortaleza3,230,21-0,121,173,33
Belém3,94-0,16-0,130,313,41
Salvador5,990,17-0,160,512,26
Recife3,920,31-0,190,792,20
Belo Horizonte9,690,05-0,210,532,76
São Paulo32,280,09-0,370,292,74
Campo Grande1,570,56-0,430,683,34
São Luís1,620,37-0,44-0,081,38
Rio Branco0,510,01-0,51-0,221,68
Goiânia4,17-0,74-0,53-1,001,85
Brasília4,06-0,22-0,58-0,581,55
Curitiba8,090,13-1,16-0,901,40
Brasil100,000,07-0,310,222,40

IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 31 de março a 29 de abril de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 3 a 30 de março de 2020 (base). Cabe ressaltar que, em virtude do quadro de emergência de saúde pública causado pela Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC varia -0,23% em abril

Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC do mês de abril apresentou variação de -0,23%, enquanto em março havia registrado 0,18%. Este é o menor resultado para um mês de abril desde o início do Plano Real. A variação acumulada no ano foi de 0,31% e, nos últimos doze meses, o índice apresentou alta de 2,46%, abaixo dos 3,31% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2019, a taxa foi de 0,60%.

Os produtos alimentícios tiveram alta de 1,91% em abril enquanto em março haviam registrado 1,12%. Já o agrupamento dos não alimentícios apresentou variação de -0,84%, enquanto havia registrado -0,09% no mês anterior.

Em relação aos índices regionais, a região metropolitana do Rio de Janeiro (0,25%) apresentou o maior índice, principalmente em função da alta da energia elétrica (1,30%). O menor resultado, por sua vez, ficou com a região metropolitana de Curitiba (-1,21%), influenciado pela queda nos preços da gasolina (-13,92%).

INPC – Variação por regiões – mensal e acumulada no ano e 12 meses
RegiãoPeso Regional (%)Variação (%)Variação Acumulada (%)Variação Acumulada (%)
MarçoAbrilAno12 meses
Rio de Janeiro9,380,570,250,451,91
Aracaju1,290,510,201,522,58
Recife5,600,520,111,312,43
Porto Alegre7,15-0,23-0,030,081,93
Fortaleza5,160,20-0,041,303,29
Salvador7,920,29-0,120,652,17
Belém6,95-0,12-0,170,423,69
Vitória1,910,19-0,180,622,05
Belo Horizonte10,350,14-0,200,642,86
Goiânia4,43-0,67-0,25-0,822,30
São Paulo24,600,20-0,320,182,80
Campo Grande1,730,62-0,370,753,45
São Luís3,470,39-0,410,021,47
Rio Branco0,720,04-0,68-0,161,83
Brasília1,97-0,18-0,68-0,651,25
Curitiba7,370,24-1,21-1,041,38
Brasil100,000,18-0,230,312,46

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 31 de março a 29 de abril de 2020 (referência) com os preços vigentes no período de 3 a 30 de março de 2020 (base).

INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

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