Duas pontes da Fercal são revitalizadas
A reforma vai facilitar o acesso dos moradores e produtores rurais
A área rural da Fercal, onde duas pontes de importante acesso estão sendo revitalizadas, foi transformada em um verdadeiro canteiro de obras à céu aberto. Dezenas de trabalhadores estão envolvidos para atender uma demanda antiga da comunidade.
Uma das ligações passa sob o Rio Maranhão e outra pelo Córrego Ribeirão. Ao todo, dez homens trabalham desde semana passada para trocar todo o tablado antigo (apodrecido) por madeira nova. Também serão feitos os reforços da base e a novidade serão os guardas-corpos, aquelas pequenas muretas laterais de proteção, que não existiam.
As duas obras são realizadas pela equipe do Departamento de Estrada de Rodagem (DER) e acontecem a mais de 40 km do Plano Piloto, quase na divisa com o Estado de Goiás. Numa região que é vital para a cidade já que, é dali, que sai boa parte dos produtos agrícolas que abastecem a capital, parte goiana de Planaltina, e claro, toda a Fercal. São alimentos como queijo, mel, carne bovina e de frango, além de verduras, legumes e frutas de todo tipo.
“Essa ponte foi construída pelo DER nos anos 60 que caiu e foi reconstruída em 1973. Ao longo dos anos a empresa vem fazendo a manutenção nessas pontes, mas nunca fomos atendidos como agora nessa gestão”, elogia o pequeno agricultor, Mário Mancini, que faz parte da quinta geração de uma família do Rio de Janeiro que chegou no DF em 1963.
“Elas não suportam muito peso, os caminhões dos frigoríficos não viam mais por aqui, às vezes só dava para trazer apenas uma vaca na caminhonete e olha lá”, conta o produtor, referindo-se à ponte do Rio Maranhão, que vai beneficiar cerca de 80 propriedades rurais, atendo mais de 2 mil pessoas.
Além do DER, a reforma contou com ajuda dos moradores e da Administração da Fercal. “No ano passado, por conta da chuva, a estrada estava intransitável, teve gente que perdeu toda a produção porque não tinha como levar os produtos para fora”, lembra o administrador da Fercal, Fernando Gustavo. “É um ganho muito importante para a comunidade, o governador teve a sensibilidade de dar acessibilidade para que esses produtos cheguem na mesa da população”, destaca.
Ponte interditada
Na outra ponte, a do Córrego do Ribeirão, localizada na VC 201, a situação é ainda mais urgente. Com capacidade para suportar apenas seis toneladas, a falta de infraestrutura ocasiona, não raro, retenção no trânsito prejudicando a vida dos moradores e dos pequenos fazendeiros.
O produtor rural Varsonil Firmes Soares, 65 anos, há 28 anos dono de uma “fazendinha” na região. diz viu muito caminhão pesado dar meia volta com medo de a ponte desabar. “É um sofrimento danado, faz muita gente perder tempo, atrapalha o serviço”, lamenta. “Às vezes, temos que trazer ração para o gado ou outra coisa para roça e não dá porque a ponte não é segura”, detalha.
“Quando as obras de recuperação dessa ponte ficarem prontas, a passagem vai suportar um peso de 30 toneladas”, afirma o analista de gestão e fiscalização do DER, Paulo Izidoro.
Na manhã dessa quinta-feira (16), a equipe do DER interditou a via por cinco dias. A previsão é de que, em um mês, as obras estarão finalizadas. Depois que todo a madeira for retirada e trocada por enormes barras de ferro, a base de cimento será reforçada. Assim como na ponte do Rio Maranhão, a ponte do Córrego Riachão também vai ganhar guarda-corpos. Um benefício que irá ajudar os moradores e dar mais segurança para os alunos da Escola Classe Córrego d’Ouro.
“Vai ficar bom para todo mundo, porque a ponte é de todos e a gente precisa dela”, sintetiza, dona Coraci de Oliveira Silva, 74 anos, que tem uma propriedade rural bem próximo à ponte, desde 1969.
LÚCIO FLÁVIO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA, DA AGÊNCIA BRASÍLIA I EDIÇÃO: CAROLINA JARDON
Foto: Lúcio Bernardo Jr. / Agência Brasília