Entre agosto e setembro, aumenta a informalidade e a desocupação no DF


Em setembro de 2020, estimava-se uma população residente, no Distrito Federal, de 3,06 milhões de pessoas. Dentre elas, 81,7% tinham idade para trabalhar, ou seja, 14 ou mais de idade (2,5 milhões). Agora, na força de trabalho, estimava-se 1,52 milhão, sendo que 1,31 milhão estavam ocupadas e 215 mil estavam desocupadas. Fora da força de trabalho, eram 981 mil. Estes são dados da PNAD COVID19 (divulgação mensal) referente a setembro de 2020.

Os maiores percentuais de ocupados no Distrito Federal estavam nas categorias de empregado do setor privado com carteira de assinada (34,8%), de conta própria (21,5%) e de militar e servidor estatutário (19,0%).

Os dados de setembro revelaram uma estabilidade no númerode ocupados no Distrito Federal, na comparação com agosto. O nível da ocupação (proporção de ocupados entre as pessoas de 14 anos ou mais de idade) no mercado de trabalho brasiliense estava em 52,2% em setembro, ou seja, pouco mais da metade da população em idade de trabalhar estava ocupada, se mostrando estável em relação ao nível de agosto (52,5%).

Em setembro, 7,5% das pessoas ocupadas estavam afastadas do trabalho, este percentual vem caindo desde maio, quando registrou 22,4%. Ainda em relação ao total de pessoas ocupadas, o percentual de pessoas que estavam afastadas do trabalho devido ao distanciamento social também se apresentou em queda ao longo dos meses da pesquisa, saindo de 19,7% em maio para 4,4% em setembro. No mês de setembro, 11,9% das pessoas ocupadas e afastadas do trabalho deixaram de receber remuneração, 8,5 pontos percentuais abaixo do registrado no mês de agosto (20,4%).

DF possui o maior percentual de pessoas em teletrabalho

Em setembro, no Distrito Federal, o número de pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho, foi de 1,21 milhão, sendo o maior valor registrado desde o início da pesquisa, apesar da estabilidade em relação ao mês anterior (1,19 milhão). Em relação ao total da população ocupada e não afastada do trabalho, 23,3% (281 mil) estavam trabalhando de forma remota, destacando-se com o maior percentual entre todas as Unidades da Federação.

Ainda em relação ao total da população ocupada e não afastada do trabalho, 16,6% (200 mil) afirmaram, em setembro, ter trabalhado menos do que em sua jornada habitual, ficando estável na comparação com agosto. Já as pessoas que afirmaram ter trabalhado mais do que em sua jornada habitual, foram 6,0% (72 mil) em setembro, também com estabilidade frente ao mês anterior. A proxy de subutilização da força de trabalho, em setembro, foi de 420 mil pessoas, mantendo estabilidade com relação a agosto (425 mil).  

Gráfico 1: Número de pessoas ocupadas na informalidade (mil pessoas), no Distrito Federal, entre maio e setembro de 2020.  

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19, setembro 2020.

Em setembro, no DF, foram registrados 382 mil ocupados na informalidade, conferindo-lhe o segundo maior valor desde o início da pesquisa, ficando apenas abaixo do registrado em maio (383 mil). Quanto ao percentual de trabalhadores informais (proxy) na população ocupada, 29,2% estavam nesta situação em setembro, conferindo-lhe o maior percentual entre os meses pesquisados.

As pessoas foram classificadas como trabalhadores informais quando ocupadas como: empregado do setor privado sem carteira; trabalhador doméstico sem carteira; empregador que não contribui para o INSS; trabalhador por conta própria que não contribui para o INSS e trabalhador não remunerado em ajuda a morador do domicílio ou parente.

Aumenta a pressão sobre o mercado de trabalho no DF em setembro

O número de pessoas desocupadas, no DF, alcançou a marca dos 215 mil em setembro, registrando o maior número desde o início da pesquisa, apesar de se manter estatisticamente estável em relação ao mês anterior. Da mesma forma, a taxa de desocupação (proporção de desocupados na força de trabalho) de setembro (14,1%) superou todas as anteriores, mas com estabilidade em relação a agosto (13,3%). Na Região Centro-Oeste, o DF apresenta a maior taxa de desocupação.

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19, setembro 2020.

Em setembro, no total de pessoas fora da força de trabalho no Distrito Federal, 21,0% eram pessoas não ocupadas que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade, mas que gostariam de trabalhar. Foi o menor percentual desde o início da pesquisa, apesar da estabilidade em relação a agosto (22,7%), e amargando o maior percentual quando comparado aos percentuais das unidades da federação do Centro-Oeste.

Somando todos os desocupados e as pessoas não ocupadas que não procuraram trabalho, mas que gostariam de trabalhar, chega-se a 556 mil pessoas em setembro, bem próximo ao registrado em agosto (547 mil).

Rendimento real domiciliar per capita é bem menor para domicílios onde alguém recebe o auxílio emergencial

A PNAD COVID 19 estimou, em setembro, no Distrito Federal, que o rendimento real domiciliar per capita médio, efetivamente recebido nos domicílios em que ninguém recebe o auxílio emergencial, foi de R$ 3.027,00, sendo mais de três vezes o rendimento recebido nos domicílios em que alguém recebe o auxílio emergencial (R$ 965,00). Estes valores tiveram estabilidade em relação aos registrados no mês anterior.

Em setembro há redução do número de pessoas com sintomas gripais no DF

No Distrito Federal observou-se que o número de pessoas que apresentaram algum sintoma ficou estatisticamente estável em setembro (142 mil), em relação a agosto (182 mil). Entre os sintomas gripais pesquisados incluem-se: febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular.

O percentual de pessoas que apresentaram algum sintoma foi de 4,6% em setembro (9° UF com maior percentual no total da população, subindo duas posições com relação a agosto; e acima da média brasileira de 4,4%), mantendo-se estável em relação a agosto (5,9%). Dentre as pessoas que apresentaram algum sintoma, 37,1% procuraram um estabelecimento de saúde (postos de saúde, equipe de saúde da família, UPA, Pronto Socorro ou Hospital do SUS ou, ainda, ambulatório/consultório, pronto socorro ou hospital privado) em setembro.

DF cai de 2° para 5° maior percentual de pessoas com sintomas conjugados em setembro

O número de pessoas com sintomas conjugados, no DF, foi de 31 mil em setembro, estável em relação a agosto (49 mil). Dessas, 25 mil pessoas buscaram por atendimento de saúde em setembro, representando 80,9% das pessoas com sintomas conjugados (3° UF com maior percentual de pessoas com sintoma conjugados que buscaram atendimento, atrás de Roraima com 87,2% e Mato Grosso com 83,6%). O percentual de pessoas com sintomas conjugados no total da população também manteve-se estável entre agosto e setembro ( 1,6% para 1,0%, respectivamente), contudo, apresentou queda no ranking entre os estados, caindo da 2° posição para a 5°, conforme tabela abaixo. Muitos estudos na área da saúde têm identificado alguns sintomas que podem estar mais associados à presença do vírus COVID19, levando ao IBGE a pesquisar os sintomas conjugados, são eles:

  • perda de cheiro ou de sabor; ou
  • tosse e febre e dificuldade para respirar; ou
  • tosse e febre e dor no peito.
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19, setembro 2020.

Estima-se que, 36,8% (1,1 milhão) das pessoas residentes no Distrito Federal possuíam plano de saúde, mantendo-se estável em relação a agosto. Entre os cerca de 959 mil domicílios do DF, em setembro, estimou-se que 21 mil tinham ao menos um morador com os sintomas referenciados conjugados. E desses, 31,5% (6.612) contavam com ao menos um morador idoso, 4° UF com maior percentual, atrás de Sergipe (37,4%), Goiás (34,5%) e Ceará (31,9%).

Distrito Federal permanece com maior percentual de testes realizados para COVID-19

Segundo os resultados, até o mês de setembro, 21,9 milhões de pessoas (10,4% da população) haviam feito algum teste para saber se estavam infectadas pelo Coronavírus (até agosto esse número estava em 17,9 milhões de pessoas ou 8,5% da população). Dentre essas pessoas, 22,1% testou positivo (4,8 milhões).

A Unidade da Federação com o maior percentual de testes realizados foi o Distrito Federal (22,2%), seguida por Piauí (17,0%) e Goiás (16,0%). Por outro lado, Pernambuco registrou o menor percentual (6,8%), seguido por Acre (6,9%) e Minas Gerais (7,8%).

Gráfico 2 – Percentual de pessoas que fizeram algum teste para diagnosticar COVID (%) – Unidades da Federação – setembro de 2020

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19 setembro/2020

5% da população do Distrito Federal testou positivo para COVID-19 até setembro

A estimativa de pessoas que fizeram o teste para saber se estavam infectadas e testaram positivo, no Distrito Federal, foi de 153 mil em setembro, apresentando pequeno aumento em relação a agosto (124 mil), embora seja estável estatisticamente. No total da população, 5% de pessoas tiveram teste positivo em setembro, permanecendo em 3° lugar (atrás de Roraima – 7,5% e Amapá – 6,8%).

Considerando o tipo de teste realizado, no DF, estimou-se que, até setembro, 322 mil pessoas fizeram o teste SWAB (exame com material coletado com cotonete na boca e/ou nariz), com 29% dos resultados positivos; 298 mil realizaram o exame de sangue com furo no dedo, com 11,1% positivos; e 180 mil fizeram o exame de sangue através da veia do braço, com 24,0% positivos. Observação: uma mesma pessoa pode ter realizado mais de um teste.

Em setembro, no DF, dentre as pessoas que fizeram algum teste para diagnóstico do COVID-19 no total de pessoas que se testaram, quanto maior o nível de instrução maior foi o percentual de testagem (44,2% do total de pessoas com superior completo ou pós-graduação). Já pessoas com rendimento entre 1 a menos de 2 salários-mínimos teve maior percentual (25,7%), seguido de pessoas com maiores salários (4 ou mais salários-mínimos) com 23,7%. Pessoas pretas/pardas testaram mais (52,1%) que as pessoas brancas (46,3%); mulheres testaram mais que homens (53,8% e 46,2%, respectivamente). E o percentual de testagem aumenta com a idade, sendo maior para o grupo de 30 a 59 anos (58,8%), caindo nos mais idosos – pessoas com 60 anos ou mais de idade (10,3%).  

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19, setembro 2020.

6,6% das pessoas que testaram positivo tinham alguma comorbidade

No Distrito Federal, em setembro, havia 739 mil pessoas com alguma das doenças crônicas pesquisadas, o que correspondia a 24,2% da população (acima da média brasileira de 22,1%), sendo a hipertensão a mais frequente, 11,7%. As demais prevalências foram: asma ou bronquite ou enfisema (8,0%); diabetes (5,6%); depressão (3,3%); doenças do coração (2,6%) e câncer (1,0%). O percentual de pessoas com alguma das doenças crônicas que testou positivo foi de 6,6% no DF (49 mil em setembro).

Frequência de atividades em 5 dias da semana é maior para alunos com rendimentos igual ou maior a 4 salários mínimos

No DF, 732 mil pessoas frequentavam escola ou faculdade (64,9%) em setembro, redução de 11 mil em relação a agosto – 743 mil (65,7%). Sendo que 62,6% dos estudantes tinham entre 6 e 16 anos de idade e 37,4% entre 17 e 29 anos; e 54,3% frequentava o ensino fundamental, 19,8% o ensino médio e 25,9% o ensino superior; 59,1% eram pretos ou pardos e 50,9% eram mulheres.

Houve aumento de estudantes que tiveram atividades escolares disponibilizadas: 657 mil estudantes em agosto para 666 mil em setembro, sendo que 78,4% deles tiveram atividades em 5 dias da semana. Considerando o número de dias da semana com atividades escolares: cresceu o número de estudantes que tiveram atividades escolares em 4 dias da semana (subiu de 19 mil para 27 mil) e em 5 dias da semana (507 mil para 538 mil). A frequência de atividades em 5 dias da semana é maior para alunos com rendimento domiciliar per capita de 4 ou mais salários-mínimos, ou seja, maiores rendimentos (88,5%).

Aumenta o número de domicílios em que algum morador solicitou empréstimo no DF

Dos 959.696 domicílios do DF, estimados em setembro, 894 mil não solicitaram empréstimos, 56 mil dos domicílios solicitou e conseguiu um empréstimo e 10 mil solicitaram, mas não conseguiram nenhum empréstimo. Ocorreu aumento de domicílios onde algum morador solicitou empréstimo e conseguiu, entre julho, agosto e setembro (40 mil, 49 mil e 56 mil, respectivamente).

Houve aumento 3,3 pontos percentuais entre agosto e setembro, no DF, no percentual de domicílios que solicitaram empréstimos com rendimento domiciliar per capita de 2 a menos de 4 salários-mínimos (subiu de 8,3% em agosto para 11,6%, em setembro). A principal fonte de empréstimo em setembro foram os bancos ou financeiras (90,3%) e amigos ou parentes (10,6%). Esses percentuais permaneceram estáveis em relação a agosto no DF.

O item de limpeza mais encontrados em domicílios com menores rendimentos foi a água sanitária

Foi investigada a existência de itens básicos de higiene e proteção nos domicílios do DF e verificou-se que os itens mais frequentes foram: sabão ou detergente (99,8%), máscara (99,6%), água sanitária ou desinfetante (98,9%) e álcool a 70% ou superior (98,7%). As luvas descartáveis estavam presente em somente 51,7% das unidades domiciliares, acima da média brasileira de 41,5% e 4° UF com maior percentual de domicílios com esse item de limpeza.

No DF, o percentual de domicílios com presença de luvas descartáveis cresce com o aumento do rendimento domiciliar per capita (33,3% com rendimento de ½ a menos de 1 salário mínimo e 61,3% com rendimento de 4 ou mais salários mínimos). Para famílias com menores rendimentos (½ a menos de 1 salário mínimo), o item de higiene mais frequente foi a água sanitária (95,9%) e para os domicílios com maiores rendimentos ficaram empatados o sabão e detergente (99,7%), máscaras (99,7%) e álcool a 70 % ou mais (99,7%).

Leia mais em:

Release nacional: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/29240-pnad-covid19-22-1-das-pessoas-que-realizaram-testes-para-coronavirus-ate-setembro-testaram-positivo

Notícia nacional: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/29239-10-4-da-populacao-fizeram-teste-para-diagnostico-de-covid-19-ate-setembro

https://telegra.ph/Entre-agosto-e-setembro-aumenta-a-informalidade-e-a-desocupa%C3%A7%C3%A3o-no-DF-10-23

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