Em destaque Livros Editora Penalux
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Romance – Luiz Biajoni – Algum Amor
Em poucas páginas e a partir de cenas recortadas das vidas de duas pessoas, a publicitária Stella e o escritor Luiz, desenvolve-se uma história de aproximações, distanciamentos, isolamentos e reaproximações que extrapola a cronologia, o tempo e o espaço. Novamente unindo realidade e ficção, Luiz Biajoni traduz neste romance o momento experimentado pelo mundo diante da pandemia de Covid-19.
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Poesia – Rita Queiroz – Velas ao vento
Em Velas ao vento, Rita Queiroz constrói ricas imagens em volta de um universo único, numa concepção poética repleta de brilho e harmonia. Em cada parte do livro, mergulhamos inebriados no oceano de beleza que a autora nos apresenta através de suas composições. Essas águas que levam sua poesia carregam também nossos sentidos por meio de metáforas e alegorias que evocam a percepção de um horizonte recoberto de belas imagens e reflexões. É marcante, ainda, como as memórias são representadas, num contexto lírico que navega entre as ricas imagens evocadas e o fino cuidado com a linguagem, compondo uma travessia bela e equilibrada. O mundo precisa se afogar em poesia para emergir de novo a esperança em tempos melhores. E Rita Queiroz, em Velas ao vento, nos leva ao encontro de águas poéticas que reestabelecem, de maneira especial, a expectativa de que é possível sonhar com o mundo inundado em poesia. [Por André Galvão]
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Romance – André Taka – Encruzilhada
Traição, assassinato e uma relação familiar desgastada já são motivos suficientes para sérias preocupações. Mas quando Bruno, um jovem da Baixada Santista, se defronta com um passado que passa a lhe assombrar e perseguir, aquilo que já era preocupante torna-se ainda mais tenso e cada vez mais perigoso. À medida que pessoas próximas são mortas, o rapaz começa a investigar por conta própria esses crimes até se deparar com uma verdadeira encruzilhada à qual o poderá levá-lo à identidade do assassino. Santos novamente é palco de mais um eletrizante suspense policial de André Taka, autor de O Alfaiate. Pelas ruas santistas, mais uma vez o leitor será fisgado até às últimas páginas e surpreendido por um desfecho incrível.
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Poesia – Jorge Pieiro – Entropias com estatuetas
Um lugar de se morar, comumente, delimita-se com paredes. Mesmo o mundo e seus espaços sem elas podem se tornar a improvável ou infeliz morada de tantos no imponderável, no acaso ou no pretenso destino provocador de circunstâncias. Assim, parece também haver similaridade entre uma casa ou uma não-casa com um livro ou a sua experiência em negativo, a se denunciar por suas formas, conteúdos, frases e palavras. As oito partes da obra “Entropia com estatuetas (contemas d& laboratório)” parecem mais com não-paredes, porém untadas por uma argamassa distinta de tantas outras. São essencialmente narrativas (ou seus esboços) a beirar artefatos poéticos, pronunciando uma solução em torno do numeral 8, também a ser imaginado como o infinito alevantado, talvez uma dinâmica solução para concentrar-se no imaginário do leitor. Jorge Pieiro prefere denominar “contemas” aos seus extratos criativos e aprofunda-os, se os torna experimentais, de laboratório. Daí, a própria condição do caos em cada um dos espectros desses relatos de fortunas, nacos dos dias. Por esta razão, parece ainda descobrir citações, quem sabe borgeanas, e tornar-se tão vertiginoso quanto seus escolhidos: Tangereaux, Lao-Ling Ho, Arthur Loveshit, Sandro Dalpino, Jean Guigneaux, Hildebrando Pérez Grande, Roberto Casati e Guimarães Rosa. Caberá ao leitor a surpresa pelas próprias descobertas. [Por Albano Cachapa]
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Crônicas – Raquel Naveira – Leque aberto
“Encontrei entre os guardados de minha mãe, um leque. Um leque vermelho como uma aurora boreal. A renda toda revestida de lantejoulas rubras. Abri as hastes brancas de madrepérola e ele fez um estranho som.” Assim começa a crônica título desta coletânea (Leque aberto); assim a autora nos convida a um excitante jogo de sedução: eis que somos acariciados pela brisa poética das crônicas intimistas desta rica antologia de Raquel Naveira. Diante da “Penteadeira”, ela “observa o espelho numinoso com o terror que inspira o autoconhecimento”, porque lá está sua própria origem (a imagem de sua mãe), porque lá está a sua imagem (a que seria hoje a imagem de sua mãe). Reminiscências, lembranças, objetos semióticos – como um espelho, um leque – vão constituindo um inventário simbólico latejante, repleto de fatos reais envoltos na bruma difusa de uma memória afetiva e poética. A própria penteadeira, mensageira fiel dos detalhes do passado, autoriza-se a retribuir, na face da autora, a recuperação de suas formas: “Restaurou a antiga penteadeira. Dentro do espelho, um espírito em forma de máscara, rodeado por fumaça e fogo, continua falando a verdade.” [Profa. Rita Pacheco Limberti]
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Contos – Reynaldo Bessa – A noite além de escura
Como um viandante capaz de penetrar no fundo de êxtases, angústias e mistérios humanos, em sua nova obra Bessa escreve a complexidade de muitos quadros da vida, analisa, sente, interpreta, voa, joga, reflete, rememora, critica e insinua. Esgrima livre com o cerne de sua palavra, compondo nas entrelinhas geografias híbridas de incessante tear, no embrião de cada “sonho com cheiro de asfalto” ou na “pilha de pratos na beiradinha da pia”. O narrador se defronta com liames e vínculos entre o presente e recortes do passado. […] Aeroporto, aviões, roupas, corpos, pele, tacto de vertigens interpostas e tecidos que se rasgam para descortinar, com a sutileza da força e com ampla lucidez, incômodos, aflições e prazeres. A inquietação entre sentir e pensar, lembrar, revisitar e promover conexões se erige com camadas melódicas, com base na habilidade inconteste da construção de suas figuras de linguagem. […] Por finos fios de memória, Bessa conduz o leitor pela “famigerada elasticidade do tempo” e pelo “caos sinestésico … ”. Todos os dias, as horas são viagens. Uma ampulheta suspensa no ar captura o estado de voo. E, felizmente, a suspensão convida o leitor a sentir e a pensar. A linguagem revela articulação de mestre. […] A metalinguagem e a intertextualidade estão presentes em doses equilibradas, [fazendo] expressa alusão ao universo ficcional de Cortázar. Alusões à mitologia grega também se mesclam ao texto. Reynaldo Bessa abre o leque de sua expressividade, relembrando, na narrativa final do livro, “Quase um romance”, que a intersecção de gêneros literários é, também, um dos ricos caminhos pelo qual se conduz o verbo. [Por Beatriz H. Ramos Amaral]
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Poesia – Julio Corrêa – Entre Romeus
Depois de um livro denominado Miopia social, Julio Corrêa publica uma obra que convoca a sociedade a enxergar (a enxergar melhor) o “mosaico de cores / de seres” no qual o humano pode se dar. O poeta chama o leitor a reconhecer a projeção múltipla e singular da luz em cada um; a concordar que – inevitavelmente coloridas – todas as pessoas têm luz. Na poesia da existência, fingir cores não é mentir, mas plasmar, deixar ser, como Deus, por exemplo, fingiu (sem mentir) o homem no barro e como Logun Edé finge na ribeira o poeta deste livro. Fingir e ficcionar são sinônimos desde quando existe o verbo latino fingere: “ficcionar” é dar figura, tornar real. Na lembrança do Fernando Pessoa que povoa estas páginas, “o poeta é um fingidor”. Finge tão completamente, que chega a fingir ser uma cor: a cor que é, mas não enxerga plenamente.[Igor Fagundes]
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Poesia – Edmilson Borret – TERAPÊUTICA para dias de afeições insolúveis
A voz de Edmilson Borret é assim. Sobre todas as muitas variações de temas e formas paira sempre o olhar carinhoso e zombeteiro do poeta lembrando que tudo tem um outro lado. O verso. Às vezes doído, impiedoso mesmo consigo e com as besteiras do mundo, Edmilson cozinha com palavras a transformação alquímica da amargura em humor e superação. Em seus poemas encontramos de Augusto dos Anjos a Ana C. César; de Fernando Pessoa a Baudelaire; do latim ao alemão. Sua erudição entra com simplicidade no verso como num papo de bar, mas abre uma imensidade de referências e conotações que enriquecem e dão ainda mais consistência ao verso. (…) Sempre transformando a solenidade em coisa viva e a dureza em risada. Edmilson esbarra com anjos, preconceitos, mulheres, ausências e poetas; está em botequins, atrás da vidraça, à beira do abismo… mas sempre nos fala de uma experiência vivida que sentimos como nossa porque a escrita revela uma essência comum. [Eduardo Tornaghi]
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Poesia – Bernardo Almeida – A utopia do carnaval sem fim
Um gênero quase aforístico, em seus breves poemas. Uma ramificação poética que combina elegância realista, crueldade e filosofia da existência. E, finalmente, poemas-narrativas, que nos apresentam destinos ou fatias de vida de personagens astutos, em luta contra uma sina oposta. Nesses longos discursos poéticos, às vezes, confissões em várias partes, Almeida desenvolve e expõe um conjunto de sensações ricas e difíceis de definir – como evidencia a extensa série de palavras ou qualificadores, que busca transformar o todo em profusão, localizando-o o mais próximo possível de si. Além de especificar ou enriquecer o pensamento, essas acumulações também têm um valor estilístico. Elas combinam a concisão dos versos e o florescimento das assonâncias, numa poesia oral, numa sucessão de ladainhas que estão profundamente enraizadas no espírito – e se estabelecem lá, como um incentivo para entender a dureza e a complexidade de um mundo irredutível, onde o amor é uma luta. E, como toda filosofia se baseia na vida, Almeida apresenta a realidade dos humildes, humilhados e ofendidos, com os quais ele se encontra – e cuja concepção de existência ele revela. [Por Athanase Vantchev de Thracy]
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Poesia – Dia Nobre – Todos os meus humores
Falar abertamente sobre saúde mental ainda é uma dificuldade para muita gente. A ignorância sobre o tema e o estigma atribuído aos transtornos mentais fazem com que esse seja um dos fatos mais controversos da atualidade, afastando pessoas e alimentando o isolamento de quem lida com qualquer tipo de transtorno mental. Mas este livro nos convida para uma caminhada que pode mudar tudo isso dentro de nós. Todos os meus humores junta poesia, estética e enfrentamento. Dia Nobre encara mentiras, monstros, sombras, insensibilidade. O conjunto desses poemas é uma experiência de aproximação e de intensa troca. Sobretudo entre mulheres; mulheres que historicamente foram vítimas dos abusos dos manicômios e sanatórios, mulheres que foram (e são) carimbadas como histéricas por não se adequarem aos limites da misoginia, por falarem em voz firme e alta contra ela. Não tenho dúvidas de que cada pessoa terá uma experiência relevante. Todos meus humores é nossa oportunidade de enxergar, aprender, sentir em conjunto, ler poesia transformada em manifesto. [Por Jarid Arraes]
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