ARTE NA PRAÇA VI /// Sábado, 21, é dia de chorar de alegria na Praça das Artes
José Edmar Gomes
O Projeto ARTE NA PRAÇA vem ampliando e diversificando plateias, a cada semana. No último sábado, os grupos Nascente do Samba e Luz do Samba levaram uma multidão de fãs, à Praça das Artes Teodoro Freire, que se empolgou com a performance dos bambas, apesar das falhas involuntárias do som.
No próximo sábado, 21 de outubro, é esperado novo recorde de público para apreciar a performance do regional de chorinho Sem Chorumelas e do eclético cantor e instrumentistas GA Santos, que é especialista em ritmos baianos; além dançarina do ventre, Karol Thayná, que enfeitiça o público, no intervalo de um show para outro.
As atrações artísticas do ARTE NA PRAÇA começam sempre às 19h, na Praça da Artes, da Quadra 8, no centro de Sobradinho, mas a praça de alimentação e as barracas de artesanato, brechós e novidades diversas já estão disponíveis, desde as 17h.
O Projeto é desenvolvido pela Associação ARTISE de Arte Cultura e Acessibilidade, há seis anos, com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Administração Regional.
SEM CHORUMELAS
O Sem Chorumelas é um regional de chorinho – original até no nome – que honra este gênero musical, estruturado pelo flautista e compositor Antônio Callado (1848 – 1880), considerado o Pai do Choro; e popularizado pela maestrina Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935) e por Pixinguinha (1897 – 1973). Todos cariocas.
Callado é autor de Flor Amorosa; Chiquinha foi a primeira maestrina do Brasil e autora de Ô abre alas; Pixinguinha é compositor de Carinhoso e de outras pérolas. Por aí já se nota a importância do chorinho nas raízes da Música Popular Brasileira.
É a partir deste universo musical, rico e original, que o Sem Chorumelas surgiu em Brasília, em 2019, capitaneado por um grupo de amigos, com o intuito de mergulhar no universo do gênero, que a turma considera uma expressão cultural genuinamente brasileira.
A cantora/pandeirista e porta-voz do grupo, Carol Sena — que, além de tudo, é esposa do premiadíssimo músico Alberto Salgado – explica que o SC foi criado para aprofundar os conhecimentos musicais do grupo e que o choro incorpora vários estilos, como a valsa, o maxixe e o samba.
Assim é que, mesmo sendo um quarteto clássico de choro, com flauta, cavaquinho, sete cordas e pandeiro, o regional interpreta um amplo repertório, que passa pelo samba, valsa, bossa nova e forró.
“O Sem Chorumelas toca de maneira descontraída, com improvisações, colocando um toque animado em cada música. Nessa pegada, o Grupo Caraivana, do amigo Dudu Maia, foi super- inspirador,” pontua ainda Carol.
Como todo grupo musical que se preza, o SC elabora seus produtos autorais que, brevemente, serão mostrados nos shows. Enquanto isso, a turma vai fazendo a festa pelo DF e redondezas.
Este ano já fez show público no aniversário de Sobradinho; apresentou-se no Festival de Choro da Chapada dos Veadeiros, em São Jorge; na Casa do Cantador e em restaurantes, como o Rossoni, o Mirante da Serra, o Jobim, etc.
Atualmente, o grupo é formado Anna Bello (flauta transversal); Carol Sena (pandeiro e voz), Victor Mauro (cavaquinho) e Márcio Carvalheira (violão 7)
GA SANTOS
O cantor, instrumentista e compositor baiano, radicado em Sobradinho, GA Santos, que já se chamou Geninho Almeida e mudou de nome por razões fonéticas e por acreditar que tudo na vida pode mudar pra melhor. “ O nome GA Santos é aberto, mais fácil de se pronunciar,” explica ele.
GA e sua banda vão fazer o show de fundo da noite de sábado, a partir das 21h, na Praça das Artes, e prometem “quebrar tudo”, no bom sentido, ao som de muito axé, xote, baião e pop rock.
Ele veio de Salvador e é um artista de grande prestígio em Brasília, onde já participou de diversas bandas e se apresentou na TV; no Bar do Alemão; em edições anteriores do Projeto ARTE NA PRAÇA; no Shopping JK; no Projeto Música nas Feiras, na Feira do Artesanato e Flores Brasília e na Feicotur.
O artista também já fez show em São Paulo, Salvador, em cidades de Minas Gerais e Goiânia.
Ele teve a sorte de nascer em Amaralina e mais sorte ainda de ser filho do luthier e maestro da Banda Sinfônica de Salvador, Luciano Xavier, com quem aprendeu a tocar violão/guitarra e a usar bem a sua voz privilegiada.
Em Salvador, o futuro artista cresceu ouvindo Gilberto Gil, Caetano Veloso, Dorival Caymmi e os que ele chama de clássicos do axé: Dodô & Osmar, Armandinho, Luiz Caldas, Chiclete com Banana, Netinho/Banda Beijo…
Aos dez anos, começou a tocar no conjunto gospel de seu pai, chamado Deus Proverá. Depois nas bandas Kairós, Luz, Ministério Alfa e Geração C. Mas, as notícias e as imagens da efervescência musical de Brasília mexeram com sua cabeça e ele acabou mudando-se para cá, em 2005.
Aqui, começou tocando guitarra nas bandas Projeto 7 e Fera Boys. Seu desempenho como instrumentista e cantor o levou ao programa Tudo a Ver, da TV Record, para o qual compôs a canção do mesmo nome (Tudo a ver), em 2008.
GA é especializado no estilo axé/swingueira. Mas também interpreta, com mestria, peças de baião, pé de serra, MPB, pop/rock e internacionais.