ARTE NA PRAÇA VII /// Gilson Sena está de volta com Sociedade Anônima
José Edmar Gomes
O admirado cantor, compositor e poeta, Gilson Sena, vai abrir a programação
artística do sexto evento da sétima edição do Projeto ARTE NA PRAÇA, neste
sábado, 21, a partir das 19h, na Praça das Artes Teodoro Freire de Sobradinho.
O artista se define como um cantor de MPB, que tem o samba como primeiro
referencial sonoro, assim como outros ritmos que nasceram nas periferias.
“Quando bate um tambor, seja ele qual for, meu coração bate junto.”
Ele acaba de ganhar um importante festival de música e vai mostrar seu
trabalho autoral e poético no show, além do seu vasto repertório de samba e
MPB.
A noite terá, ainda, a banda de rock Sociedade Anônima, pela primeira vez na
cidade, apresentando covers fieis do rock mundial e nacional, a partir das 21h. A
Banda alinha alta performance com a execução fiel das músicas, interpretadas
com muito feeling, carisma e rock’n’roll, no estilo sempre inconfundível.
“Esse é o diferencial que a banda transmite ao público, que sempre acompanha
a S/A e lota as casas de shows onde ela se apresenta”, garante Anderson
Guedes, porta-voz do grupo.
Além dos shows musicais, a programação do ARTE NA PRAÇA oferece
apresentações de dança do ventre, a cargo da especialista Karol Thayná, no
intervalo dos shows; parque infantil e praça de alimentação; além de exposições
de artesanato e feira/brechó.
O ARTE NA PRAÇA é desenvolvido pela Associação ARTISE de Arte Cultura e
Acessibilidade, há seis anos, com apoio da Secretaria de Cultura e Economia
Criativa e da Administração Regional.
GILSON SENA
Gílson Sena — cantor, compositor e poeta — é um artista sempre presente nas
edições anuais do ARTE NA PRAÇA, interpretando sambas memoráveis, joias da
MPB e canções do seu ídolo maior, Belchior.
Desta vez, ele vem renovado pela vitória no Festival Parque Sucupira,
promovido pela Rádio Utopia, com a música Tudo nela é Arte e por outras
canções autorais, que darão novo sabor ao seu show, com início às 19h.
“Vou tocar algumas autorais, como Andrógino Difusor de Amor, e outras
canções que possam criar um campo de interseção e interação entre nós”,
promete o artista que, em outra oportunidade, se definiu como um cantor de
“músicas que agregam valor emocional, social, ambiental e ancestral”.
Ele nasceu em Bangu, Rio de Janeiro, em 1975, e tem no samba o primeiro
referencial sonoro, assim como outros estilos que nasceram nas periferias. “Em
Brasília, temos a Cena do Rock, pelo qual sou fascinado, mas quando bate um
tambor, seja ele qual for, meu coração bate junto,” confessa.
Gílson tem forte DNA musical, a partir do seio familiar. Sua mãe ouvia Milton
Nascimento sem parar; seu pai era um seresteiro que cultuava vozes, como as
de Nelson Gonçalves, Timóteo e Silvinho.
“Meu tio João Sena era samba na veia, o tempo todo; o outro tio, Teodoro
Freire (esse que dá nome à Praça das Artes), ouvia Papete, bumba meu boi,
maracatu e tambor de crioula, ritmos ligados ao Maranhão.”
Já morando em Brasília, Sena foi afetado pelo peso do rock e passou o ouvir os
grandes, como Led Zeppelin, Pink Floyd… mas a convivência com a turma do
Elefante Branco, onde estudou, o integrou à Cena do Rock Brasiliense e ele
passou a digerir uma salada, cujo ingredientes eram punk, trash, death…
“…Ratos do Porão, Sepultura, Sarcófago… eu sou formado por muitos estilos,
principalmente por Fernando Pessoa e Belchior”, surpreende-nos o músico ao
incluir o cearense e o poeta português na sua salada de preferências.
O artista morou em Sobradinho por 23 anos, mas está em Planaltina há nove.
Lá, entre o lirismo das janelas, portas, telhados coloniais e a religiosidade
popular, Gilson respira arte.
“A população de Planaltina reconhece a arte como necessidade básica; tem
muito artista de várias áreas, todos integrados ao poder da transformação de
valores, através da arte.”
Sena também se define como um amante da poesia e vai recitar algumas de sua
autoria, durante o show. Ele se diz adorador da linguagem poético-musical de
Cartola, Belchior; dos Chicos Buarque, César e Science; Gil; Caetano; Benjor;
Geraldo Azevedo; Renato Russo… “Sou feito de muitas coisas.”
Gílson é feito de muitas coisas, inclusive de busca existencial e tem Belchior
como um “um multiartista” e Fernando Pessoa como referencial poético.
E tome filosofia/poesia: “Fernando Pessoa diz que ‘E os que leem o que escreve,
na dor lida sentem Bem’. É preciso olhar (tudo) com simplicidade. Há pessoas
que olham para as árvores e veem madeira; outras veem natureza,
beleza e poesia”.
“O Fernando Pessoa, assim o Belchior, são caras que passaram pelo mundo com
presença, observando a existência das formigas, das estrelas… tudo era um
ponto de aprendizado e beleza,” finaliza Gilson Sena.
SOCIEDADE ANÔNIMA
Neste sábado, 21 de setembro, vai ter novidade na Praça das Artes. A Sociedade
Anônima vai fechar a festa, a partir das 21h. Trata-se de uma banda de rock de
alta performance, que tem se apresentado em ambientes requintados e
concorridos de Brasília.
Criada em 2020, apenas para gravar algumas músicas e vídeos para um canal do
YouTube, a S/A “deu liga” e o púbico gostou de sua performance e pediu
apresentações ao vivo.
Assim, surgia uma banda que, segundo seu porta-voz, Anderson Guedes,
transpira música, sentimento e emoção, para transmitir ao público o que há de
melhor no rock mundial de todos os tempos.
Só que, para chegar a essa importante “razão social”, a Sociedade Anônima
primeiramente foi batizada com o estranho nome de CTRL_Shift_N, que é um
comando para navegar anonimamente pela internet.
“Começamos a fazer shows e as pessoas não encontravam o nome no
Instagram, pela dificuldade de digitá-lo corretamente. Daí, mudamos para
“Private”, para continuar com a vibe de anonimato”, relata Anderson.
O quê, convenhamos, não melhorou quase nada. Ocorreu que o público
continuou sem encontrar nada no Insta e, então, a banda foi rebatizada de
Sociedade Anônima e tudo ficou mais fácil. Então, veio o primeiro show
profissional, no Bar do Nonô, na 415 Sul.
Mas, até chegar aí, muita gente engasgava com os dois primeiros nomes da S/A.
Inclusive os famosos locutores de rádio, que nunca os pronunciavam
corretamente.
O grupo vê total dinamismo no rock brasiliense, com o surgimento de novas
bandas, como a Lupa, Distintos Filhos e Scalene, mas segue seu caminho sem
muita pretensão com o sucesso.
“Apenas, curtimos a oportunidade de divertirmo-nos, divertindo o público com
os clássicos do rock mundial e nacional”, asseguram.
Performada por Itamar Feitosa (baixo), Daniel Ribeiro (guitarra), Andy Viper
(vocal) e Elam Gustavo (bateria), a S/A vem de apresentações em espaços
nobres, como O’Rilley, UK Music Hall, Porks, Bosque Parque, Vila Gourmet e
Brasília Moto Festival Capital Moto Week.
Anderson garante que o show de sábado, na Praça das Artes, será bem ao estilo
da Sociedade Anônima, com covers de várias clássicos e épocas do rock.
“Vamos atacar de AC/DC; passando pelo rock 80, com Legião Urbana, Capital
Inicial, Cazuza, Deep Purple e Plebe Rude; até coisas mais modernas, como Red
Hot Chilli Peppers, e algumas surpresas,”, afirma o porta-voz.
Este será o primeiro show da Sociedade Anônima em Sobradinho e seus
componentes se dizem ansiosos para sentir a energia da cidade. Vamos lá!
SERVIÇO
Sexto evento da 7ª edição do Projeto Arte na Praça – MPB e Clássicos do Rock
Sábado, 21 de setembro de 2024, a partir das 19h
Praça das Artes Teodoro Freire de Sobradinho
Shows de Gilson Sena (19h); da dançarina do ventre, Karol Thayná (20h) e da
Banda Sociedade Anônima (21h)
Praça da Alimentação com opções variadas de comidas e bebidas
Parque Infantil, Feiras de Artesanato e Brechó
Entrada gratuita
Informações: 9 9904 9551 e 9 8585 6060