Câmara devolve R$ 230 milhões à União para ações de combate à violência contra a mulher
A Câmara dos Deputados vai devolver R$ 230 milhões ao orçamento da União para que sejam investidos em ações de combate à violência contra a mulher e de combate às drogas coordenadas pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública. A decisão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados transfere recursos provenientes de reduções de gastos no orçamento da Casa (R$ 200 milhões) e da venda da folha de pagamento de 2018 (R$ 30 milhões).
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que a redução das despesas públicas é uma das demandas da sociedade.
“Os recursos públicos precisam ser tratados de forma diferente por todos os poderes: menos gastos na burocracia e mais na família brasileira”, defendeu o presidente.
O primeiro-secretário da Câmara, deputado Giacobo (PR-PR), afirmou que o Legislativo faz a sua parte e se esforça para devolver os recursos em benefício da sociedade brasileira.
“Acho que hoje é uma tarde que vai ficar para a história do nosso Parlamento. Na história da Câmara dos Deputados, isso nunca havia ocorrido”, acrescentou.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, participou do evento e afirmou que os recursos vão contribuir para combater a violência contra as mulheres. Segundo Jungmann, é importante fortalecer programas que visam combater a violência e o feminicídio.
“No Brasil de hoje, a cada 2 horas uma mulher é morta, mais de 70 mil estupros por ano, que são casos subnotificados. Quero dizer que cada centavo, cada real desses R$ 230 (milhões) será utilizado na defesa dessas mulheres e transformar essa cultura da violência”, afirmou o ministro.
Gastos públicos
Após o evento, em entrevista coletiva, o presidente da Câmara reafirmou a necessidade de se reorganizar os gastos públicos e defendeu que os recursos sejam gastos de forma a atender as demandas da sociedade. “No Brasil se gasta muito e se gasta mal. Enquanto não se discutir a redução das despesas, o fim da burocracia, enfrentar tanto as corporações públicas quanto os recursos que vão para o setor privado em desonerações, não vai se atender aos interesses da sociedade”, disse.
Edição – Roberto Seabra