Projeto de Lei quer obrigar empresas a exigir presença de usuários para habilitar linhas telefônicas
Deputada Flávia Arruda
Clonagens, falsos sequestros, vendas de programas sociais do governo, envelope vazio – estes são alguns dos golpes aplicados via celular que o país registra a cada ano, vitimando milhares de brasileiros.
O campo de atuação para os estelionatários é gigantesco: o Brasil tem 229 milhões de linhas ativas, das quais 55 por cento são pré-pagas – mais baratas e cujo acesso é mais desburocratizado.
Este cenário de facilidades, que abre brecha para golpes, porém, pode mudar.
Projeto de Lei em tramitação na Câmara Federal pretende obrigar empresas prestadoras de serviços de telefonia a exigir a presença do titular da linha na hora da habilitação.
Autora do projeto, a deputada Flávia Arruda (PL-DF) acredita que a exigência é mais um passo para restringir golpes e responsabilizar usuários de telefonia móvel que utilizarem os serviços para praticar crimes.
“A compra de chips em lojas ou de vendedores autônomos, sem nenhuma conferência de documentação, somada a ativação da linha mediante ligação telefônica possibilita a ativação de linhas em nome de qualquer pessoa”, aponta a deputada.
Ainda segundo a parlamentar, “basta um CPF válido e um nome fictício que um novo número é ativado em questão de minutos. A partir desse ponto, os malfeitores possuem total anonimato e uma poderosa ferramenta na mão para aplicação dos mais variados golpes”.
Ela acrescentou que, além da presença física, as empresas ficarão responsáveis pela checagem da documentação dos compradores dos serviços.
O projeto altera a LGT – Lei Geral das Telecomunicações (Lei no 9.472, de 1997) e valerá para todo tipo de serviços comercializado na modalidade pré-paga.
Veja os golpes aplicados via celular:
Pedido de dinheiro emprestado para amigo ou familiar
Usando até mesmo a foto de uma pessoa conhecida da vítima o criminoso relata que precisa de um valor emprestado com urgência para um imprevisto.
Falso sequestro
O autor do golpe liga aleatoriamente para telefones de vítimas e diz que está com um parente e exige dinheiro para o resgate. Com ameaças de morte e aproveitando a situação de nervosismo, os golpistas acabam convencendo a vítima a realizarem depósitos como pagamento de resgate.
Vendas de sobras de produtos de programas do governo
O estelionatário oferece produtos, geralmente materiais de construção, a preço muito inferior ao de mercado, alegando que são sobras de programas habitacionais do governo. A vítima paga por um pacote de mercadorias que nunca recebe.