Terapia comunitária online ajuda a superar isolamento social
Prática presencial adotada na rede pública de saúde há cerca de dez anos agora é feita virtualmente
Em tempos de isolamento social, a saúde mental é mais um item que precisa entrar na lista de cuidados. Pensando nisso, a responsável técnica de terapia comunitária da Secretaria de Saúde, Doralice Oliveira Gomes, resolveu adaptar a prática à nova realidade e está fazendo grupos de terapia online para estudantes, pacientes, professores e servidores do Governo do DF. Para isso, tem contado com apoio da Universidade de Brasília (UnB).
“Precisamos escolher um recurso de videoconferência que possibilitasse uma boa interação entre os participantes. Orientamos as pessoas a baixarem um aplicativo no celular ou computador e enviamos o convite pelo whatsapp. Os terapeutas fazem essa mediação. Temos utilizado automassagem, técnicas respiratórias, dentre outros recursos para estimular os grupos”, explica Doralice.
Leia tambémCampanha imuniza 93% do público alvoUma das participantes da roda de terapia comunitária online, a estudante Josenaide Santos disse que o mais interessante foi poder compartilhar experiências e sentimentos de todos diante da situação de quarentena. “Eu já tinha participado de terapia comunitária presencial e a online é diferente, mas este é um momento de ressignificar tudo diante do isolamento social imposto. É uma grata novidade”, diz.Para a também participante Daniela Silva Rodrigues a única diferença da modalidade virtual é não ter contato próximo com as pessoas. “Mas em relação à escuta, à partilha, não vi diferença. Eu me senti muito acolhida, respeitada, me senti em um espaço de cuidado”, conta.A professora de Saúde Coletiva da UnB, Muna Muhammad, também relata aprovação com a modalidade online. “Achei a roda com a mesma robustez de uma presencial, aponto aqui os fatores que ajudaram. Primeiramente, achei que a prática de relaxamento corporal ensinada é bem sucedida, efetiva e traz benefícios além do efeito imediato, pois fortalece na percepção da pessoa sua própria capacidade de autofortalecimento. A roda deixou para as pessoas um recurso disponível a qualquer hora, útil para ela mesma praticar e replicar para outras pessoas”, frisa.
Nesta terça-feira (31), pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPs) do Riacho Fundo participaram da terapia comunitária online. As próximas estão agendadas para quinta-feira (2), com estudantes da UnB e moradores da Casa do Estudante, pela manhã.À tarde, com professores de escolas públicas. Quem tiver interesse em participar de uma roda de terapia comunitária pode enviar a solicitação para o e-mail tcintegrativa@gmail.com.TerapiaDisponível na rede pública de saúde do Distrito Federal desde 2011, o princípio da prática é aproveitar as experiências da comunidade para incentivar cada paciente a criar as soluções para suas próprias dificuldades.A TCI ainda fortalece os laços sociais e os benefícios de viver em conjunto.* Com informações da Secretaria de Saúde e da Agência Brasília