PNAD COVID19 Maio 2020 – Destaques DF

25% da população ocupada trabalhou remotamente em maio, no DF. Redução dos rendimentos efetivamente recebidos em 11,9%.

24% das pessoas fora da força de trabalho não procuraram emprego devido a pandemia

Indicadores de trabalho para o DF

Segundo os dados da PNAD COVID19 de maio de 2020, foram estimadas, no Distrito Federal (DF), 3.04 milhões de pessoas residentes, sendo 2,48 milhões de pessoas que tinham 14 anos ou mais de idade, ou seja, em idade de trabalhar. A população na força de trabalho era 1,52 milhão. Entre esses, 1,35 milhão eram ocupados e 177 mil desocupados. A população fora da força de trabalho ficou estimada em 955 mil.

Pessoas ocupadas

No DF, dos 1,35 milhão de ocupados, 266 mil estavam afastados devido ao distanciamento social, representado 19,7% de afastados na população ocupada (15° unidade da federação com maior percentual e maior percentual na Região Centro-Oeste). Aproximadamente, 37 mil pessoas ocupadas estavam afastadas do trabalho por motivos diferentes do distanciamento social.

No DF, o número de pessoas ocupadas e não afastadas, em maio, foi de 1.04 milhão. Dessas pessoas, 26,1% (274 mil) trabalharam mais horas do que as efetivamente trabalhadas e 5,9% (62 mil) trabalharam menos horas. Sobre o trabalho remoto, 262 mil pessoas trabalharam remotamente no DF, em maio (25% do total de pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho).

O número médio de horas normalmente trabalhadas, em todos os trabalhos, foi de 39,7 horas, sendo maior para os homens – 41,1 horas, que as mulheres – 38,2 horas, uma diferença de 2,9 horas a mais. Em relação as horas efetivamente trabalhadas, em todos os trabalhos, a média foi de 27,8 horas, 30,6 horas para os homens e 24,6 horas para as mulheres (diferença de 5,9 horas). O que pode estar relacionada as outras formas de trabalho, como afazeres domésticos e cuidados de pessoas, que não foram levantadas pela pesquisa, e que ainda são muito desiguais entre homens e mulheres (mais informação, vide PNADC Outras Formas de Trabalho – https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua.html?=&t=sobre ). 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19 maio/2020.

Em relação ao rendimento de todos os trabalhos, foi verificada diferença da ordem de 11,9%, no DF, entre o que as pessoas habitualmente recebiam e os efetivamente recebidos, entre as pessoas que tinham rendimento de trabalho (diferença menor que o Brasil, que foi de 20%). O rendimento habitual de todos os trabalhos ficou, em média, em R$ 4.012, para o DF (maior rendimento entre as UF’s), e o efetivo em R$ 3.533 (também maior entre as UF’s), ou seja, o efetivo representava 88,1% do habitualmente recebido. Já o rendimento real domiciliar per capita médio efetivamente recebido foi de R$ 2.578, maior entre as UF’s.

383 mil estavam na informalidade em maio, representando 28,3% das pessoas ocupadas no Distrito Federal (proxy da taxa de informalidade), sendo a quarta menor entre as UF’s. O nível de ocupação no DF foi de 54,4%, oitavo lugar no ranking entre as UF’s. A taxa de participação na força de trabalho, no DF, foi de 61,6%, quinta maior taxa entre as UF’s.

Pessoas desocupadas

No DF, o total de pessoas desocupadas ficou em 177 mil pessoas, resultando em uma taxa de desocupação de 11,6% (8° maior entre as UF’s e o segundo maior da Região Centro-Oeste, atrás de Goiás – 12,6%).

Pessoas fora da força de trabalho

Foram observados 955 mil pessoas fora da força de trabalho no DF, em maio, destes 34,6% não procurou trabalho, mas informou que gostaria de trabalhar, e 24,0% não procurou principalmente devido à pandemia ou porque faltava trabalho na localidade em que residia, mas também gostaria de trabalhar.

A proporção de domicílios que receberam algum auxílio relacionado à pandemia foi para o DF de 28,0%, abaixo da média nacional de 38,7% e a 3° unidade da federação com menor percentual da população que recebeu algum auxílio. Entre os auxílios estão o Auxílio Emergencial1 e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda2. O valor médio recebido pelos domicílios, para o DF, foi de R$ 778, abaixo do valor no Brasil, que foi de R$ 847.

1 Benefício financeiro destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e tem por objetivo fornecer proteção emergencial no período de enfrentamento à crise causada pela pandemia do Coronavírus – COVID 19.

2 Programa que permite a redução de salário e jornada por até três meses, e a suspensão de contratos por até dois meses.

Figura 1 – Pessoas residentes em relação à sua situação no mercado de trabalho (mil pessoas) – Distrito Federal – maio de 2020 

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19 maio/2020.Indicadores de saúde para o DF

48 mil pessoas do DF com sintomas associados à síndrome gripal procuraram algum estabelecimento de saúde em maio

No Distrito Federal, no mês de maio, a PNAD COVID19 estimou que 307 mil pessoas apresentaram algum dos sintomas associados à síndrome gripal – febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular –, uma proporção de 10,1% da população, ligeiramente abaixo do estimado para o Brasil (11,4%) e acima da média da região Centro-Oeste (7,3%), que foi a região com os menores percentuais (gráfico 1).  

Gráfico 1 – Percentual de pessoas que informaram ter apresentado algum dos sintomas pesquisados ou algum dos sintomas conjugados, no total da população (%) – Brasil e Grandes Regiões – Maio de 2020

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD COVID19 maio/2020.

Em comparação com as unidades da Federação, o DF ficou em 16º lugar na proporção de pessoas com algum dos sintomas. Os estados com maiores percentuais foram Amapá (26,6%), Pará (21,3%) e do Amazonas (18,9%); os com menores, foram Mato Grosso (5,4%), Piauí (5,6%) e Mato Grosso do Sul (5,9%).

Quando observados os sintomas conjugados, ou seja, aqueles que podem estar mais associados à presença da Covid-19 (perda de cheiro ou de sabor; ou tosse e febre e dificuldade para respirar; ou tosse e febre e dor no peito), a estimativa foi de 25 mil pessoas, ou 0,8% da população, novamente acima da média do Centro-Oeste (0,4%), mas abaixo da média do Brasil (2%) (gráfico 1).

Em comparação com as unidades da Federação, o DF ficou em 17º lugar na proporção de pessoas que apresentam os sintomas referenciados conjugados. Amapá (12,4%), Pará (10,1%) e Amazonas (8,8%), assim como no indicador anterior, também ficaram no topo deste ranking. Já os estados com menor percentual de sintomas conjugados foram Mato Grosso do Sul (0,3%), Goiás (0,3%) e Mato Grosso (0,4%).

Entre as pessoas que apresentaram algum dos sintomas, 15,7% (48 mil) procuraram estabelecimento de saúde em busca de atendimento (postos de saúde, equipe de saúde da família, UPA, Pronto Socorro ou Hospital do SUS ou, ainda, ambulatório/consultório, pronto socorro ou hospital privado). A proporção para o indicador é a mesma do Brasil (15,7%).

Em comparação com as unidades da Federação, o DF ficou em 16º lugar na proporção de pessoas que foram a estabelecimento de saúde. Amapá (28%), Pará (22%) e Roraima (21,4%) ficaram no topo do ranking. Já os menores percentuais para o indicador foram registrados em Minas Gerais (12,2%), Rio Grande do Sul (12,7%) e Santa Catarina (13,1%).

Entre as pessoas que apresentaram algum dos sintomas conjugados, no DF, o percentual de procura por estabelecimento de saúde foi de 40,2% (10 mil), abaixo da média registrada no Brasil (31,3%). Essa proporção coloca o DF em 9º lugar no ranking dos estados. Mato Grosso do Sul (63,2%), Tocantins (53,3%) e Goiás (52,6%) ocupam as primeiras posições; Pernambuco (19,1%), Maranhão (24,5%) e Amazonas (24,5%), as últimas.

A PNAD COVID19 também perguntou se os entrevistados tinham algum plano de saúde médico. Para a questão, estima-se que, 37,9% das 3.047.220 pessoas residentes no Distrito Federal possuíam plano de saúde.

O percentual coloca o DF em 4º lugar no ranking das unidades da Federação. São Paulo (41,1%), Rio Grande do Sul (38,3%) e Rio de Janeiro (38,1%) ocupam as primeiras posições. Já Amapá (7,1%), Maranhão (8,1%) e Roraima (8,6%) são os estados com menor proporção de pessoas com plano de saúde.

Além disso, entre os cerca de 975 mil domicílios do DF, estimou-se que 21 mil tinham ao menos um morador com os sintomas referenciados conjugados. Em 26,9% (262 mil) dos domicílios havia a presença de algum idoso. Em comparação com os estados, o DF está na 19ª posição na proporção de domicílios com a presença de pessoas idosas. Rio de Janeiro (37,6%), Rio Grande do Sul (37,5%) e Minas Gerais (35,1%) ocuparam as primeiras posições; Roraima (21,2%), Rondônia (23,2%) e Acre (24%), as últimas.

E dos domicílios do DF em que ao menos um morador apresentava os sintomas conjugados, 23,9% (4.899) contavam com ao menos um morador idoso. No ranking dos estados para o indicador, o DF ficou em 16º lugar. Paraná (34,5%), Rio Grande do Sul (32,4%) e Mato Grosso do Sul (30,4%) ficaram nas primeiras posições; Roraima (16,1%), Bahia (16,2%) e Amapá (19,2%), nas últimas.

Região Centro-Oeste: sexo, idade, cor ou raça e escolaridade

Entre as pessoas da região Centro-Oeste que apresentaram algum dos sintomas (1.190 milhão), estima-se que 42,4% eram homens e 57,6% eram mulheres. Além disso, 13% tinha 60 anos ou mais.

Quando avaliada cor ou raça, na região, 35,6% das pessoas que apresentaram algum dos sintomas eram brancas e 62,2% pretas ou pardas. Em relação ao nível de instrução, as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto eram as que mais apresentaram algum dos sintomas (33,1%), seguido das pessoas com médio completo ao superior incompleto (32,2%), superior completo ou pós-graduação (19,7%) e fundamental completo ao médio completo (15%).

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