Hemocentro precisa de doações

Agosto registra menor movimento de doadores de sangue em 2020; pandemia pode estar influenciando o quadro

Divulgação

Na última segunda-feira (10), menos de 100 bolsas de sangue foram coletadas na Fundação Hemocentro de Brasília. É o segundo pior dia de atendimento em 2020 – perde apenas para 12 de março, quando foi decretada situação de pandemia de coronavírus, em que houve apenas 78 doações.

Os outros dias do mês também registraram índices desanimadores. Até agora, a média é de 127 bolsas coletadas diariamente. Em julho, a média foi de 160 doações por dia. Apesar da suspensão das cirurgias eletivas, a demanda dos hospitais não diminuiu.

“A transfusão sanguínea é parte do tratamento de pessoas com câncer, anemias graves e problemas de coagulação. Esse procedimento também pode ser necessário em pacientes com outras doenças, como a Covid-19”, ressalta o diretor executivo da Fundação Hemocentro de Brasília, Alexandre Nonino.

O estoque estratégico do Hemocentro de Brasília abastece todos os hospitais públicos do Distrito Federal e algumas unidades conveniadas, como o Hospital das Forças Armadas (HFA), o Hospital Universitário de Brasília (HUB), o Hospital Sarah Kubitschek e o Instituto de Cardiologia (ICDF). O monitoramento das reservas é feito diariamente.

Com base em uma avaliação da situação dos estoques, demanda dos hospitais e fluxo de doadores, são acionadas estratégias para manter o equilíbrio no fornecimento, como contato telefônico com doadores, convocação de multiplicadores para organizar grupos de doadores, campanhas em redes sociais e veículos de comunicação, assim como reforço nas recomendações de uso racional do sangue e até restrições no abastecimento, em casos críticos.

A época de seca já é historicamente um período de menor movimento nos hemocentros do Centro-Oeste. No entanto, a pandemia pode estar influenciando o quadro. “O frio e a seca geralmente diminuem um pouco o movimento de doadores, mas temos visto que o aumento no número de casos de Covid-19 pode influenciar também, já que pessoas que tiveram a doença ou que tiveram contato com alguém infectado ficam impedidas temporariamente de doar”, pontua o diretor executivo.

Critérios para doação

Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos de idade, pesar mais de 51 kg e estar em bom estado de saúde. Quem fez algum procedimento estético, passou por cirurgia ou algum tipo de endoscopia, ficou doente ou fez uso de medicamentos recentemente deve consultar o site do Hemocentro, pois pode estar impedido de doar.

O candidato à doação deve vir bem alimentado (evitar alimentos gordurosos e derivados do leite pelo menos 3 horas antes da doação), não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes da doação e beber bastante água 24 horas antes de doar. É obrigatório apresentar documento de identificação oficial com foto, em bom estado de conservação e dentro do prazo de validade.

Vale destacar que pessoas com sintomas gripais (febre, tosse, irritação ou dor de garganta) devem aguardar 14 dias após o desaparecimento completo desses sinais para se candidatar à doação de sangue. Esse prazo também se aplica a quem teve contato com pessoa com suspeita ou diagnóstico de Covid-19, e deve ser contado a partir do último contato. ⁣⁣Quem teve Covid-19 deve aguardar 30 dias após o desaparecimento completo dos sintomas para doar sangue.⁣

O Hemocentro não alterou o horário atendimento durante a pandemia – permanece aberto de segunda a sábado, das 7h às 18h. Lembrando que, como medida de segurança, a doação de sangue deve ser agendada por um dos telefones: 160, opção 2, ou 0800 644 0160 (atendimento telefônico de segunda a sexta, das 7h às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 8h às 18h). AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: RENATA LU

*Com informações da Fundação Hemocentro de Brasília

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