Preço da gasolina sobe até R$ 0,60 no DF e donos de postos preveem novos aumentos

Segundo comerciantes, alta é causada por novo combustível com padrão europeu, além de reajustes do ICMS e nas refinarias.

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Os motoristas do Distrito Federal já podem sentir no bolso o aumento do preço da gasolina na capital. Se até o início da semana era possível encontrar o combustível a menos de R$ 4, o litro teve alta de até R$ 0,60 nos últimos dias.

Em um posto na quadra 214 Norte, neste sábado (15), o preço da gasolina passou de R$ 3,99 para R$ 4,47. Segundo a gerência do estabelecimento, o motivo é o novo combustível oferecido no local, de maior qualidade e com padrão europeu, que será obrigatório nos postos do país a partir de novembro.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, devem ocorrer novos aumentos nos próximos dias.

“Com o reajuste último que teve da Petrobras, de sete centavos no litro, acontecido anteontem, mais o reajuste do ICMS, que passa a valer a partir de amanhã, de 15 centavos, é improvável [que não haja aumento].”

“Não que o posto não possa vender gasolina com preço negativo, aí vai depender de cada um, mas mas suportar o reajuste e manter o negócio funcionando é praticamente improvável por muito tempo”, afirma Paulo.

Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço da gasolina aumentou no fim do mês passado no DF. Entre 12 e 18 de julho, o litro na capital valia, em média, R$ 3,99, e o valor mais caro encontrado pela agência foi de R$ 4,39.

Já os dados mais recentes, referentes à semana entre 26 de julho e 1º de agosto, apontam aumento de 4,2% no preço médio da gasolina, que passou a ser R$ 4,16. O valor mais alto encontrado foi de R$ R$ 4,59.

Novo combustível

O novo padrão de gasolina vendido no Brasil tem maior qualidade e traz benefícios à durabilidade do veículo. Segundo a Petrobras, o combustível também rende 5% a mais que a versão anterior.

Em janeiro deste ano, a ANP publicou uma resolução determinando que distribuidoras e postos passem a comercializar apenas o novo padrão de gasolina. A regra passou a valer no dia 3 de agosto.

No entanto, as distribuidoras têm mais 60 dias para se adequarem à medida e vender o material já adquirido. Para os postos, o prazo é de 90 dias.

Custo-benefício

Para especialistas, no entanto, há indícios de que a troca não será benéfica para os consumidores. “Em termos de números, é claro que não compensa. É aritmética métrica. Imagina: você tem um ganho de 5% e um aumento de 10%, não fecha. Teria que ter um ganho de 10% ou ter então um custo de 5%, pra ficar 0 a 0. Então, não é por aí que vai a gente ter nenhum benefício, o consumidor”, explica o economista Newton Marques.

Segundo o especialista, a resolução do problema exigiria uma mudança geral no sistema.

“Como resolver isso? Bom, primeiro é que nós teríamos que ter mais concorrência entre os postos de gasolina. A mudança da política de preço da Petrobras não vai acontecer, então nós temos que nos adaptar. Já que não temos o transporte público adequado, não temos concorrência sadia entre os postos de gasolina e o governo cobra tributos em cima desse preço, não nos resta muita alternativa.”

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