PNAD COVID 19 Julho 2020 – Destaques DF

Até julho de 2020, 16,7% da população do Distrito Federal havia feito algum teste para diagnóstico da Covid19, com 2,8% de testes positivos

DF tem maior percentual de testes realizados até julho

A realização de testes foi um dos seis novos temas abordados em julho pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD COVID19), que é parte das Estatísticas Experimentais do IBGE. Os outros temas são: Comorbidades, Comportamento (frente ao isolamento social), Indicadores Escolares, Solicitação e Aquisição de Empréstimos e Itens de Higiene e Proteção.

Das 13,3 milhões de pessoas que fizeram algum exame para testar COVID no Brasil (6,3%), 511 mil (16,7%) eram do Distrito Federal. Entre as Unidades da Federação, o DF teve o maior percentual de testes realizados até o mês de julho, seguido do Amapá (11%) e do Piauí (10,5%). Os estados com os menores percentuais de testes foram Pernambuco (4,1%), Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul (os três com 4,5%).

Apesar disso, o DF ficou em terceiro lugar no percentual de testes positivos, com 2,8%, atrás do Amapá (5,2%) e de Roraima (4,7%). No Brasil, cerca de 20,4% dos testados (ou 2,7 milhões de pessoas) obtiveram resultado positivo.

A pesquisa também mostrou que, entre as pessoas com ensino superior, o percentual de testadas no DF ultrapassa 27,5% e que a população com menor rendimento real per capita é a que menos foi testada. Tabela abaixo.

Considerando o tipo de teste, no DF, estimou-se que, até julho de 2020, 204 mil pessoas (ou 6,7% do total da população) havia realizado o teste SWAB (exame com material coletado com cotonete na boca e/ou nariz), 285 mil (9,3%) fizeram o exame de sangue com furo no dedo e 96 mil (3,1%) fizeram o exame de sangue através da veia do braço (uma mesma pessoa pode ter realizado mais de um teste).

Hipertensão arterial foi a comorbidade mais relatada no DF

Em julho, na população do DF (estimada em 3,054 milhões), havia 25% (763 mil) com diagnóstico médico de alguma comorbidade, sendo 63,8% pertencente ao grupo de idade de 60 anos ou mais. As comorbidades pesquisadas foram: diabetes, hipertensão, asma/ bronquite/ enfisema/ doença respiratória crônica ou outra doença de pulmão, doenças de coração, depressão e câncer. A mais presente no Brasil e no DF foi a hipertensão, com 12,8% e 11,6%, respectivamente.

79,5% dos estudantes do DF tiveram atividades escolares para realizar em casa

No DF, 734 mil pessoas frequentam escola ou faculdade (65,1%). Foram disponibilizadas atividades para realizar em casa (on-line, deveres, estudo dirigido, etc) para 79,5% dos estudantes, 12,9% não teve e 7,5% não teve porque estava de férias.

Estratégia de distanciamento social mais adotada pelos brasilienses foi sair de casa apenas em caso de necessidade

Quanto ao comportamento diante da pandemia, em julho, estimou-se que 26% reduziu o contato, mas continuou saindo de casa; 47,7% ficou em casa e só saiu em caso de necessidade básica; e 23,1% ficou rigorosamente isolado. O percentual de pessoas que não fizeram restrição é pouco preciso devido ao alto coeficiente de variação. O DF foi a quinta Unidade da Federação em percentual de pessoas que ficaram em casa e só saíram em caso de necessidade básica, atrás de Alagoas (57,2%), Amapá (54,3%), Maranhão (48,3%) e Rio de Janeiro (48,2%).

DF passa para o 2°lugar no ranking de pessoas com sintomas conjugados associados à síndrome gripal

No Distrito Federal, no mês de julho, 239 mil pessoas apresentaram algum dos sintomas associados à síndrome gripal – febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular –, uma proporção de 7,8% e estabilidade em relação ao mês anterior (7,9%), e com queda de 2,3 pontos percentuais em relação a maio (10,1%).

O percentual do DF estimado para julho ficou acima da média do Brasil (6,5%) e também acima da média da região Centro-Oeste (7,1%). Entre as grandes regiões, a Centro-Oeste foi a que apresentou maior percentual de pessoas que referiram algum dos sintomas.

Em comparação com as Unidades da Federação (UFs), o DF foi do 14º lugar, em junho, para o 4º lugar, em julho, na proporção de pessoas com algum dos sintomas. Apesar disso, ressalta-se que, no DF, o indicador permanece estável em relação ao mesmo anterior.

Entre as pessoas do DF que apresentaram algum dos sintomas, estima-se que 35,2% (84 mil) foram a algum estabelecimento de saúde em julho, apresentando estabilidade em relação aos meses anteriores.

Quando observados os sintomas conjugados, ou seja, aqueles que podem estar mais associados à presença da Covid-19 (perda de cheiro ou de sabor; ou tosse e febre e dificuldade para respirar; ou tosse e febre e dor no peito), a estimativa foi de 68 mil pessoas em julho, ou 2,2% da população. Houve aumento em relação a maio (0,8%) e junho (1,4%). No Brasil, de junho para julho, o percentual manteve-se estável (foi de 1,1 p.p. para 1,0 p.p). Em comparação com as Unidades da Federação, o DF passou 13º lugar, em junho (1,4%), para o 2º lugar na proporção de pessoas que apresentam os sintomas conjugados.

Entre as pessoas que apresentaram algum dos sintomas referenciados conjugados em junho, no DF, o percentual estimado de procura por estabelecimento de saúde foi de 70,1% (48 mil), com estabilidade estatística em relação ao percentual dos dois meses anteriores – maio (40,2%) e junho (69,2%).

Entre os cerca de 961 mil domicílios do DF, estimou-se que 44 mil tinham ao menos um morador com os sintomas referenciados conjugados. E desses, 19,5% (8.686) contavam com ao menos um morador idoso. Em 27,8% (267 mil) do total de domicílios do DF havia a presença de algum idoso.

A pesquisa também investigou a existência de itens básicos de higiene e proteção nos domicílios. No Distrito Federal, em quase todos havia sabão ou detergente (99,8%), máscara (99,7%) e água sanitária ou desinfetante (98,1%). O álcool 70% ou superior (em gel ou líquido) estava presente em 97,4% dos domicílios, enquanto as luvas descartáveis estavam presentes em somente 49,1% das unidades domiciliares.

Julho mostra queda da informalidade e de pessoas ocupadas no DF

Os dados de julho revelaram uma queda de, aproximadamente, 43 mil pessoas no número de ocupados no Distrito Federal, na comparação com junho. O nível da ocupação (proporção de ocupados entre as pessoas de 14 anos ou mais de idade) no mercado de trabalho brasiliense passou de 53,7% em junho para 52,0% em julho. Também houve queda de 38% no número de pessoas ocupadas e afastadas do trabalho, passando de 258,4 mil em junho, para 160,2 mil em julho.

No mês de julho, 25,5% das pessoas ocupadas e afastadas do trabalho deixaram de receber remuneração, abaixo da média brasileira de 32,4%. Em relação ao total de pessoas ocupadas, 8,3% (108 mil) estavam afastadas do trabalho devido ao distanciamento social, mostrando queda expressiva em relação aos meses anteriores – 15,9% (214 mil) em junho e 19,7% (266 mil) em maio.

Neste último mês, em relação ao total da população ocupada e não afastada do trabalho, no Distrito Federal, 25,2% (287 mil) estavam trabalhando de forma remota, destacando-se com o maior percentual entre todas as Unidades da Federação. No Brasil, os percentuais de trabalho remoto são maiores para as mulheres e pessoas com nível superior completo ou pós-graduados.

Ainda em relação ao total da população ocupada e não afastada do trabalho, 20,5% (233 mil) afirmaram, em julho, ter trabalhado menos do que em sua jornada habitual, enquanto o registro de junho foi de 23,9% (259 mil). Já as pessoas que afirmaram ter trabalhado mais do que em sua jornada habitual, foram 6,0% (68 mil) em julho, 5,9% (64 mil) em junho e 5,9% (62 mil) em maio.

Em julho, a pesquisa revelou que o número médio de horas efetivamente trabalhadas em todos os trabalhos foi de 33 horas, contra as 40 horas, em média, das horas normalmente trabalhadas em todos os trabalhos. A proxy de subutilização da força de trabalho em julho foi de 443 mil pessoas, superior ao registrado em maio (406 mil) e em junho (413 mil).

Em julho, no Distrito Federal, foram registrados 343 mil ocupados na informalidade, frente a 369 mil registrados em junho e 383 mil em maio. Quanto ao percentual de trabalhadores informais (proxy) na população ocupada, 26,4% estavam nesta situação em julho, conferindo ao Distrito Federal a quarta menor taxa do país.

Aumenta a pressão sobre o mercado de trabalho, em julho, no DF

Foi observado uma redução de 4 mil pessoas desocupadas no DF, entre junho e julho, diminuindo de 203 mil para 199 mil pessoas desocupadas. A taxa de desocupação foi de 13,3%, apresentando aumento em relação a junho e maio (13,1% e 11,6%, respectivamente) (passando para a 13° posição entre as UF’s).

O percentual de pessoas desocupadas ou não ocupadas que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade, mas que gostariam de trabalhar,foi de 25,5% ou 245 mil pessoas em julho, apresentando aumento em relação aos meses anteriores (23,5% em junho e 23,1% em maio), e o maior percentual no Centro-Oeste.

No DF também aumentou o percentual de pessoas que não procuraram trabalho em julho, mas informou que gostaria de trabalhar: 30,2% em julho (363 mil) contra 28,2% em junho (325 mil) e 27,3% em maio (331 mil). Somando todos os desocupados e as pessoas que gostariam de trabalhar, apesar de não terem procurado emprego em julho, temos 562 mil pessoas nessa situação pressionando o mercado de trabalho. Observamos um incremento nesse número em relação aos meses de maio e junho, que somaram 387 mil e 432 mil, respectivamente.

DF apresenta aumento no rendimento e no percentual de domicílios que receberam auxílios emergenciais

No DF, houve aumento no rendimento real domiciliar per capita médio efetivamente recebido em julho (R$ 3.834,00), em relação aos meses anteriores (R$ 3.577,00 em junho e R$ 3.551,00 em maio), permanecendo como maior no ranking entre os estados.

proporção de domicílios que receberam algum auxílio relacionado à pandemia teve pequeno aumento no DF em julho com relação a junho. Subiu de 32,8% para 33%, abaixo da média nacional de 44,1% e mantendo-se como a 3° unidade da federação com menor percentual da população que recebeu algum auxílio, atrás de Santa Catarina (24,5%) e Rio Grande do Sul (29,6%). Entre os auxílios estão o Auxílio Emergencial1 e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda2. A média do rendimento proveniente do auxílio emergencial recebido pelos domicílios foi de 858,00 reais, em julho.

Do total de 961 mil domicílios, no Distrito Federal, em 52,7 mil (5,5%) algum morador solicitou empréstimo, sendo que em 40,4 mil (4,2%) a solicitação foi atendida. A fonte de empréstimo mais comum foi banco ou financeira, com 36,3 mil domicílios atendidos.

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