DF atinge apenas 47% da meta de cobertura da vacinação contra poliomielite

Campanha começou dia 5 de outubro e foi prorrogada até 27 de novembro. Secretaria de Saúde pede que pais levem filhos para vacinar, mesmo com pandemia do novo coronavírus.

Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite no DF — Foto: Breno Esaki/Agência Brasília

Até a última sexta-feira (6), o Distrito Federal alcançou apenas 47,3% da meta de cobertura de vacinação contra a poliomielite. Desde o início da campanha, em 5 de outubro, foram vacinadas 76.438 crianças.

O objetivo da campanha – que foi prorrogada até 27 de novembro – é alcançar 95% do público-alvo estimado em 160 mil crianças, com idade entre um e cinco anos, na capital federal. A vacina é gratuita e administrada por via oral, por meio de uma “gotinha”.

A Secretaria de Saúde pede aos pais e responsáveis que, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, levem as crianças para ser imunizadas. Ao todo, 135 salas de vacinação funcionam de segunda à sexta-feira, nos horários das unidades básicas de saúde (UBSs).

“A Subsecretaria de Vigilância à Saúde tranquiliza a população, pois as unidades oferecem segurança e foram devidamente preparados”, afirma a pasta.

Imunização em baixa

Dados do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde apontam que, em 2020, cerca de metade das crianças brasileiras não recebeu todas as vacinas previstas no calendário.

O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1989. Em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem. No DF, o último registro de caso confirmado no DF foi em 1987.

No Distrito Federal, a série histórica dos últimos 20 anos da cobertura vacinal contra a poliomielite em menores de 1 ano mostra uma tendência de queda das coberturas. Em 2015, e de 2017 a 2019, a meta de cobertura não foi atingida (95%).

A enfermeira Fernanda Ledes, que atua na área técnica de Imunização da Secretaria de Saúde, explica que é importante que os pais levem os filhos para que a cobertura vacinal seja ampliada e não tenha reintrodução da doença no país.

“Apesar da poliomielite ter sido eliminada das Américas, e do último caso no DF ter ocorrido em 1987, estamos com uma cobertura baixa. Assim, não tem como garantir que o vírus não entre no país sem a vacina”, afirmou profissional de saúde.

Como é oferecida a vacina contra a poliomielite no Brasil

Carteirinha de vacinação mostra programação de vacinas — Foto: Reprodução EPTV
Carteirinha de vacinação mostra programação de vacinas — Foto: Reprodução EPTV

A vacina contra a poliomielite, doença chamada no passado de paralisia infantil, é oferecida nos postos de saúde durante o ano inteiro. As campanhas servem como reforço.

De acordo com o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, toda criança deve tomar, ao menos três, doses da vacina para estar imunizada:

  • 1ª dose aos 2 meses
  • 2ª dose aos 4 meses
  • 3ª dose aos 6 meses

Há um reforço da vacina aos 15 meses. Nesse reforço, são administradas duas gotinhas.

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