Polícia Civil lança cartilha sobre o estelionato amoroso
Material orienta as vítimas a fazer registros pela Delegacia Eletrônica ou ainda pelo telefone 197
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) lançou nesta quinta-feira (22) uma cartilha digital sobre o estelionato amoroso com orientações às mulheres para não cair nesse golpe. Na publicação, são apresentadas informações que ajudam a mulher a identificar se está sendo vítima de tal crime, bem como os procedimentos necessários para proceder à denúncia.
“Com a pandemia, a população tem utilizado cada vez mais os meios eletrônicos e ferramentas on-line, e os criminosos acabam se valendo disso para aplicar golpes”Delegado Júlio Delgado, secretário de Segurança Pública
Em grande parte, os autores são estrangeiros que vivem fora do Brasil. A partir de sites de relacionamento ou redes sociais, eles passam a estabelecer relação supostamente amorosa, iludindo sentimentalmente as mulheres.
Com o tempo, os criminosos começam a pedir ajuda financeira, prometendo recompensa ou ressarcimento futuro. Elas acabam apostando na confiança conquistada – às vezes até em razão de fotos/vídeos íntimos com eles compartilhados. Cedem aos pedidos, fazendo a transferência de valores ou de bens.
“É de extrema importância que a Polícia Civil faça esse tipo de alerta, pois esse crime tem sido cada vez mais recorrente”, salienta o secretário de Segurança Pública, delegado Júlio Danilo, destacando a importância de alertar a população sobre o crime.
“As vítimas não devem sentir vergonha por terem sido enganadas. Nossas Deams estão prontas para receber os seus registros, bem como acolhê-las neste momento delicado”Ana Litran, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher
“Com a pandemia, a população tem utilizado cada vez mais os meios eletrônicos e ferramentas on-line, e os criminosos acabam se valendo disso para aplicar golpes. Essas orientações são de extrema importância para encorajar as vítimas a denunciarem para conhecimento e atuação da autoridade policial ”, avalia.
Vergonha
Após perceber ter sido enganada e com prejuízo financeiro, normalmente a mulher sente vergonha em denunciar, com receio de ter sua intimidade exposta.
A delegada titular da Deam I, Ana Carolina Litran, diz que, de 2019 até abril de 2021, cerca de 20 ocorrências do gênero estão sendo apuradas pela unidade. O crime é previsto no artigo 171 (estelionato), do Código Penal Brasileiro.
“As vítimas não devem sentir vergonha por terem sido enganadas. Elas não estão sozinhas. Nossas Deams estão prontas para receber os seus registros, bem como acolhê-las neste momento delicado”, frisa a delegada.
R$ 100 milFoi o valor pago por vítimas para liberar “presentes” na alfândega
Presentes
A delegada explica ainda como é a dinâmica do crime geralmente empregada, “Eles criam uma situação, dizem que estão tentando enviar presentes às vítimas. A partir daí essas mulheres passam a receber mensagens de que precisam pagar uma taxa para esse suposto presente seja liberado pela alfândega. Tivemos vítimas que chegaram a perder cerca de 100 mil reais”, relata.
Fazer chamadas de vídeo para confirmar a identidade de quem está conversando é uma orientação dada pela titular da Deam I.
A PCDF reforça que, caso não deseje fazer a comunicação do fato presencialmente, a vítima pode fazer registros pela Delegacia Eletrônica ou ainda pelo telefone 197.
*Com informações da SSP e da PCDF
AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: ABNOR GONDIM