Outubro Rosa: a importância do apoio psicológico ao paciente

Coordenadora do curso de Psicologia do IESB explica como a saúde mental pode ajudar no tratamento do câncer de mama

O mês de outubro é conhecido pelas campanhas de prevenção e diagnóstico do câncer de mama, o mais incidente na população feminina mundial e a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. Só em 2021, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que ocorrerão 66.280 novos casos.

A incidência tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia, especialmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Por isso, o autoexame das mamas e a mamografia são essenciais.

Entre os principais sinais e sintomas suspeitos, indicados pelo INCA, estão: nódulo (caroço) fixo e, geralmente, indolor; mudança na posição ou formato do mamilo; vermelhidão, retração ou aparência de casca de laranja na pele do seio; saída espontânea de líquido pelo mamilo e caroços no pescoço ou axilas.

Embora cada mulher reaja de uma maneira diferente em uma situação como esta, receber o diagnóstico do câncer de mama não é nada fácil e o impacto também pode atingir a saúde mental. Medo, angústia e incerteza podem ser vivenciados. Por isso, o acompanhamento psicológico durante o tratamento é fundamental para melhorar o bem-estar e a saúde dessas mulheres. “O psicólogo dará suporte emocional e acolhimento ao paciente, mediante as mudanças que impactam na subjetividade e nas relações interpessoais que ele possa vivenciar. As marcas físicas que desdobram do tratamento impactam a autoestima, o momento como a pessoa se reconhece e o modo como ela significa a si mesmo”, explica a Coordenadora do curso de Psicologia do IESB, Danielle Sousa da Silva, Doutora em Processos do Desenvolvimento Humano e Saúde.

Segundo ela, os impactos no corpo, atrelados à estética e à autoimagem, como cabelo, rosto, peso e tônus da pele são uns dos aspectos mais relatados que refletem na autoestima do paciente. “Por isso, ressignificar o lugar do corpo e a autopercepção são caminhos de diálogo neste acompanhamento psicoterapêutico”, completa a psicóloga.

Na fase pós-tratamento, também pode haver dificuldade do paciente em traçar planos para o futuro, viver um relacionamento, por exemplo, e o receio da doença voltar é frequente. “Por isso, a continuidade do acompanhamento psicológico é fundamental e contribui para a diminuição da ansiedade ou de outros sintomas psíquicos, sobretudo, diante da iminência da alta ou remissão do câncer”, orienta a professora Danielle ao destacar ainda o papel da família neste processo. “A família pode contribuir incentivando a paciente a buscar um psicoterapeuta, rodas de apoio de mulheres que passaram pela mesma situação e oferecer suporte emocional ante as variações de humor e comportamento. Jamais culpabilizar a pessoa pelo processo de adoecimento, mas contribuir para que ela possa cumprir as prescrições médicas para o bom andamento do tratamento”, conclui a psicóloga.

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