Aposta no diálogo, por Adelmir Santana
Qualquer governante ou autoridade pública deve primar pelo diálogo constante com a sociedade, seguindo a premissa de que é necessário debater os problemas do Estado com a população. No sentido de contribuir para superar a crise financeira vivida pelo Distrito Federal, o setor produtivo brasiliense tem manifestado aos Poderes constituídos o seu interesse em discutir as medidas formuladas para contornar a falta de recursos. Na semana passada, reunimos os deputados distritais em um almoço e apresentamos aos parlamentares um conjunto de propostas capazes de ampliar a arrecadação do GDF sem que seja preciso necessariamente aumentar a carga tributária.
Entregamos esse caderno de reivindicações aos deputados porque reconhecemos na Câmara Legislativa a sua responsabilidade e a capacidade de debater as sugestões com a população, seja por meio de audiências públicas, análises em comissões ou discussões em plenário. O que é inaceitável é a ausência de debate. Isso ninguém pode permitir. A posição do setor produtivo é clara: nós não concordamos com o aumento de impostos. Somos contra porque acreditamos que os cidadãos não têm condições de gastar mais com tributos – tendo em vista o endividamento altíssimo das famílias – e porque um reajuste de alíquotas pode piorar a recessão econômica, com menos consumo, menos investimento, queda na produção e mais desemprego.
Vejam que não estamos apenas fazendo criticas. O setor produtivo concorda com todas as medidas de redução da máquina pública e apresentou sugestões que vão desde a criação de estacionamentos pagos até a adesão a convênios do Confaz e a regulamentação de empreendimentos para ampliar a arrecadação. Volto a dizer que é preciso reunir os empresários, as instituições representativas da sociedade, os integrantes dos Três Poderes e dialogar na busca por posições conjuntas.
ADELMIR SANTANA
Presidente do Sistema Fecomércio DF (Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio DF)