Dia Nacional do Diabetes: a doença é responsável pela cegueira em 1,8 milhão de pessoas em todo mundo, segundo a OMS
Pesquisa realizada pelo Ibope, com 2 mil pessoas, mostra que 54% que tinham diabetes nunca ouviram falar na retinopatia diabética
O diabetes mellitus (DM) é uma epidemia mundial cuja incidência vem aumentando de forma relevante ao longo dos anos. E o próximo domingo (26) é marcado pelo Dia Nacional do Diabetes, data propícia para entender sobre as doenças que podem ser provocadas pela condição, entre elas a retinopatia diabética.
Segundo pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada pela Bayer, cerca de 54% dos participantes que eram diabéticos nunca tinham ouvido falar na retinopatia diabética. A pesquisa foi de forma online e o questionário foi respondido por duas mil pessoas acima dos 16 anos. De acordo com Fabíola Gavioli Marazato, médica oftalmologista do CBV – Hospital de Olhos, a retinopatia diabética é uma complicação séria e bastante grave e pode acontecer em qualquer etapa, em qualquer tipo de diabetes, em qualquer paciente.
“No entanto, é mais frequente, predominante, nos pacientes que têm o mau controle da doença, aqueles que permanecem por mais tempo com a glicemia alterada, como os seus níveis de glicose no sangue mais elevados por mais tempo. Nós chamamos isso de um diabetes descontrolado”, explicou Marazato.
De acordo com pesquisa da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a retinopatia diabética é a principal causa de cegueira em pessoas com idade entre 20 e 74 anos. Ainda de acordo com o estudo, apesar do desconhecimento sobre a retinopatia diabética, 41% dos pacientes indicaram a perda de visão como seu maior medo. Em contrapartida, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que a diabetes é responsável pela cegueira em 1,8 milhão de pessoas em todo mundo e mata cerca de 72 mil pessoas por ano no Brasil.
A cegueira está associada à fase avançada da retinopatia diabética representada pela retinopatia diabética proliferativa e suas manifestações: neovascularização na retina ou no disco óptico, hemorragia pré-retiniana ou vítrea, proliferação fibrovascular que pode resultar em contração e descolamento de retina
Sintomas
Os sintomas iniciais relatados pelos pacientes costumam ser: visão borrada ou distorcida; manchas, como moscas ou linhas flutuando na visão; e áreas escuras na visão.
“Ela pode se iniciar de forma silenciosa ocasionando pontos de hemorragia na retina em áreas que não são tão importantes para a visão e pode evoluir até a área mais central com hemorragias grandes, glaucoma. Pode evoluir também para um descolamento de retina, que é uma situação verdadeiramente complicada e pode realmente levar a uma perda de visão”, afirmou Marazato.
Exame Clínico
Pessoas com diabetes tipo 1 devem ser avaliadas anualmente com exame de fundo de olho para avaliação de acometimento retiniano após 5 anos do diagnóstico da doença e aquelas com diabetes tipo 2 devem ser examinadas já no momento do diagnóstico e anualmente a partir de então.
Quando pacientes diabéticas tornam-se gestantes devem ser avaliadas precocemente já no início da gestação. Mulheres não diabéticas que desenvolvem diabetes gestacional apresentam baixo risco de desenvolver retinopatia diabética.
Tratamento
É muito importante que o paciente tenha um bom controle do diabetes, associado à mudança nos hábitos alimentares e estilo de vida. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato do edema macular diabético, quando indicado, podem prevenir a piora da visão e a cegueira.
“A nossa orientação é para que os pacientes façam um bom controle da doença, acompanhem com o seu médico endocrinologista e que, pelo menos uma vez ao ano procure um oftalmologista para fazer o exame de fundo de olho, que é o exame inicial onde a gente vai ver a retina, a vascularização, as veias e artérias da retina”, ressaltou
Marazato.
Além disso, o tipo de tratamento deve ser orientado por um oftalmologista e, normalmente varia de acordo com o tipo e a gravidade da retinopatia. Por isso, é importante o acompanhamento médico regularmente.