Quando foi a primeira participação do Brasil nas Olimpíadas?
Descubra histórias e curiosidades sobre os Jogos Olímpicos em uma entrevista com Bruno Fonseca Gurão, advogado, cientista social e professor do UNICEPLAC
As Olimpíadas são um dos eventos esportivos mais aguardados do mundo, reunindo atletas de diversas nações em um grande espetáculo. Para mergulharmos nas curiosidades e na história desses jogos, conversamos com Bruno Fonseca Gurão, 37 anos, advogado, cientista social e professor do Centro Universitário UNICEPLAC. Bruno nos traz um panorama fascinante sobre a trajetória das Olimpíadas, desde suas origens até os dias atuais, destacando momentos marcantes e o impacto desse grandioso evento na união dos povos.
Conte um pouco sobre a história das Olimpíadas
Os Jogos Olímpicos remetem ao século VIII a.C., quando os gregos começaram a valorizar intensamente seus atletas em competições ali realizadas. Na realidade, o próprio termo “Olimpíadas” remete ao santuário de Olímpia, onde monarcas envolvidos em conflitos acordaram que o período destinado aos jogos seria de paz e celebração, que era seriamente respeitado. Na Era Moderna, a primeira edição dos Jogos remete a 1896 e foi realizada em Atenas, na Grécia.
Quando o Brasil participou dos Jogos Olímpicos pela primeira vez?
A primeira participação brasileira ocorreu na Antuérpia, Bélgica, em 1920. Isto é, há mais de 100 anos, e desde então, o país participou de todas as edições. O Brasil também sediou os Jogos Olímpicos em 2016, na cidade do Rio de Janeiro, o que é um marco inegável para o país do ponto de vista da projeção esportiva.
Quais são os principais destaques do Brasil nos Jogos recentemente?
Com relação à prática esportiva em si, temos visto a ascensão de esportes como o surfe e o skate, que não eram vistos como modalidades sérias há alguns anos no Brasil, mas que sempre tiveram praticantes dedicados. Recentemente, podemos citar a medalha de prata de Rayssa Leal no skate e a medalha de ouro de Ítalo Ferreira no surfe, ambos em Tóquio em 2020, como exemplos de esportes que mostram um país que não pratica em alto nível apenas o futebol. Além desses atletas, claro, temos outros grandes nomes em esportes amplamente acompanhados pelo público, como no próprio futebol (que não irá participar dos próximos Jogos), no vôlei, na natação, e outros um pouco menos vistos, como no atletismo, mas que sempre nos rendem várias alegrias, o que esperamos acontecer novamente este ano em Paris.
Como grandes campeonatos têm poder de união dos povos?
Historicamente, competições que envolvem seleções ou até mesmo equipes de países diferentes costumam despertar um certo nacionalismo, algo como um ufanismo idílico, seja pela rivalidade própria dos esportes em questão, seja pelo apelo que elementos como a bandeira, o hino e as cores que representam o país despertam na população. Naturalmente, a força desse apelo depende também de outros elementos, como a popularidade dos esportes envolvidos, o marketing realizado, etc. Contudo, temos visto recentemente que os próprios elementos que simbolizam a nação podem ser objeto de disputa por grupos que usam de tais símbolos com o objetivo de passar mensagens que extrapolam o contexto dos esportes. Portanto, a união de um povo ou uma nação, por mais que seja reavivada em certos momentos, não é algo dado, definitivo. Até por isso, a importância de grandes competições.
Qual o impacto social dos esportes e campeonatos, principalmente no Brasil?
O impacto é enorme, sobretudo para as classes menos favorecidas. Os esportes funcionam quase como máquinas geradoras de sonhos. O desejo de mudar de vida impacta diretamente muitos jovens que não enxergam outro caminho para mudar sua realidade. Por outro lado, não se pode esquecer dos inúmeros projetos sociais que proporcionam, principalmente a crianças e adolescentes que praticam esportes, alguma cidadania. Isto é, um sentimento de dignidade mínima que muitas vezes é frustrado fora daqueles ambientes em razão de sua condição social.