Advogada recebe quase 100 mil e motorista recebe nada menos que R$ 20 mil por mês. Diretor da companhia admite salários altos, mas afirma que fonte de pagamento vem exclusivamente das tarifas pagas pelos cidadãos de Brasília.
Maurício Ludovice, presidente da CAESB. Foto Jornal Regional
Em crise financeira há três anos, o governo do Distrito Federal gasta R$ 17 milhões por mês apenas para pagar o salário dos 2.500 funcionários da Companhia de Abastecimento de Brasília (Caesb).
Os salários de alguns servidores da companhia ultrapassam o teto constitucional. Atualmente, o teto está fixado em R$ 33,7 mil, que são os salários dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Enquanto a companhia cobra “multa” de contribuintes, uma servidora advogada, ganha R$ 95 por mês e um motorista recebe nada menos que R$ 20 mil mensais.
O presidente da empresa, Maurício Ludovice, recebe quase duas vezes e meia a mais que o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), cujo vencimento é de R$24 mil, que é o teto salarial no âmbito do governo do Distrito Federal.
O diretor de suporte técnico da Caesb, Fábio Albernaz, admitiu que os salários são altos e acima dos praticados no mercado. Ele explicou que o teto constitucional não é aplicado porque a fonte do pagamento dos servidores vem exclusivamente das tarifas pagas pelos cidadãos do DF. Os benefícios e gratificações, segundo ele, elevam os vencimentos.
Crise
Enquanto servidores recebem salários de marajás, a população do Distrito Federal precisa economizar para não pagar multas. O DF enfrenta a pior crise hídrica, da sua história. O racionamento de água atinge todas as regiões do DF, devido à falta de planejamento da Caesb e da Adasa.
Super salários
Na lista dos salários dos servidores, é fácil encontrar remunerações entre R$ 15 mil e R$ 25 mil. No entanto, alguns valores chamam a atenção, ultrapassando os R$ 35 mil. A remuneração dos servidores está disponível no site da companhia. (www.caesb.df.gov.br).
Ano passado, os servidores da Caesb fizeram greve durante três meses, por reajuste salarial. Não houve acordo, mas houve reposição das perdas inflacionárias, que foram de 10%.
Da Redação com informações do Agenda Capital