Educação de jovens e adultos atende alunos de 122 unidades do DF
Morador de Sobradinho, Glisvan Ferreira voltou à escola para aprimorar o trabalho de eletricista. A professora Gizely Ribeiro o ajuda na alfabetização
A escolarização de Glisvan Laudelino Ferreira foi interrompida pela necessidade de trabalhar. Piauiense radicado em Brasília desde 1996, o morador de Sobradinho parou de estudar nos anos iniciais do ensino fundamental para tornar-se eletricista, função que exerce atualmente.
Aos 38 anos, ele está na segunda etapa do primeiro segmento da educação de jovens e adultos (EJA), módulo referente a uma das fases da alfabetização, na Escola Classe 16 de Sobradinho. “Quero aprender para ler melhor o projeto dos arquitetos, melhorar meu trabalho”, almeja o estudante.
Glisvan tem a ajuda da professora Gizely Ribeiro Porto. “Enquanto muitos jovens vêm para a EJA por problemas comportamentais que os fizeram sair da escola regular, os adultos chegam até aqui com motivos singelos como a vontade de escrever o próprio nome, ler o itinerário dos ônibus ou exercitar a fé lendo a Bíblia”, elenca.
Pai de três filhos, ele conta, orgulhoso, que a prole toda frequenta escola, oportunidade que não teve quando mais jovem. “Gosto de tudo aqui, principalmente de saber identificar as letras”, diz o eletricista.
O aluno é um dos 180 matriculados na escola de Sobradinho, uma das 122 da rede pública que dispõem da modalidade. A oferta foi criada em 1996, para atender quem quer retomar os estudos e reconhecer a educação como direito fundamental, como sugere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Na Escola Classe 16 de Sobradinho, são 180 matriculados em 15 turmas, que contam com 21 professores no quadro (8 para o primeiro segmento e 13 para o segundo). As das etapas finais do ensino fundamental são novidade da instituição, que começou a atender esses alunos em 2017.
As aulas do terceiro segmento, correspondente ao ensino médio, ocorrem no Centro de Ensino Fundamental 4 de Sobradinho.
50.963Número de alunos matriculados na educação de jovens e adultos em 2016
A idade mínima para ingressar no fundamental é de 15 anos. Para o nível médio, o estudante deve ter pelo menos 18. Cada segmento tem duração de um semestre, que equivale a um ano no ensino regular, e as aulas são presenciais e podem ocorrer nos três turnos, dependendo da unidade escolar.
Há ainda uma unidade que oferece ensino a distância. Atualmente, 2,1 mil pessoas são atendidas na modalidade — 800 no fundamental e 1,3 mil no médio.
De acordo com a Secretaria de Educação, 50.963 estudantes se matricularam na EJA em 2016. Desses, 5.870 no primeiro segmento (anos iniciais do ensino fundamental), 22.520 no segundo segmento (anos finais do ensino fundamental) e 22.573 no terceiro segmento (ensino médio). Os dados de 2017 ainda estão em fase de compilação pelo Censo Escolar.
EDIÇÃO: VANNILDO MENDES E PAULA OLIVEIRA///