28 políticos envolvidos em esquema da Petrobras, diz jornal
Em 80 depoimentos prestados durante as investigações da Operação Lava-Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa citou uma lista com 28 políticos, com nomes que vão desde ministro, ex-ministros do governo Dilma Rousseff (PT), deputados, senadores, governador e ex-governadores.
Costa, primeiro delator da Operação Lava-Jato, cita o governador reeleito do Acre, Tião Viana (PT), os deputados Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS), Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ), Luiz Fernando Faria (PP-MG) e José Otávio Germano (PP-RS). A ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann, o senador Humberto Costa e o presidente do Senado, Renan Calheiros, também constam na lista.
O candidato à presidência da República pelo PSB e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em agosto, foi citado.O delator afirmou que teria intermediado, em 2010, o pagamento de R$ 20 milhões para o caixa 2 para a campanha de reeleição de Campos ao governo do Estado.
Segundo a publicação, alguns políticos recebiam repasses com frequência ou valores que chegaram a superar R$ 1 milhão. O dinheiro teria sido usado em campanhas eleitorais.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar, em fevereiro do ano que vem, denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra parlamentares investigados na Operação Lava-Jato.
Ao “O Estado de S. Paulo”, os políticos citados como beneficiários do esquema investigado pela Operação Lava-Jato negaram o envolvimento. Eles também criticaram o vazamento da delação.
A lista dos 28 políticos citados por Paulo Roberto Costa:
PT
Gleisi Hoffmann, senadora (PR) e ex-ministra da Casa Civil
Humberto Costa, senador (PE) e líder do PT no Senado
Antonio Palocci, ex-ministro dos governos Lula e Dilma
Lindbergh Farias, senador (RJ)
Tião Viana, governador reeleito do Acre
Delcídio Amaral, senador (MS)
Cândido Vacarezza, deputado federal (SP)
Vander Loubet, deputado federal (MS)
PMDB
Renan Calheiros, presidente do Senado (AL); Edison Lobão, ministro de Minas e Energia (MA)
Edison Lobão, ministro de Minas e Energia (MA)
Henrique Alves, presidente da Câmara (RN)
Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro
Roseana Sarney, ex-governadora do Maranhão
Valdir Raupp, senador (RO) e 1° vice-presidente do partido
Romero Jucá, senador (RR)
Alexandre José dos Santos, deputado federal (RJ)
PSB
Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco
PSDB
Sérgio Guerra, ex-presidente nacional do PSDB
PP
Ciro Nogueira, senador (PI)
João Pizzolatti, deputado federal (SC)
Nelson Meurer, deputado federal (PR)
Simão Sessim, deputado federal (RJ)
José Otávio Germano, deputado federal (RS)
Benedito de Lira, senador (AL)
Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades
Luiz Fernando Faria, deputado federal (MG)
Pedro Corrêa, ex-deputado federal (PE)
Aline Lemos de Oliveira, deputada federal (SP)
ENTENDA A OPERAÇÃO LAVA-JATO
A Operação Lava-Jato foi deflagrada em 17 de março pela Polícia Federal (PF) para investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Na época, foram presas 24 pessoas, entre elas o doleiro Alberto Youssef. Os detidos foram acusados de participar de uma organização criminosa que tinha o objetivo de lavar R$ 10 bilhões oriundos de desvio de dinheiro público, tráfico de drogas e contrabando de pedras preciosas.
A operação colocou sob suspeita contratos assinados pela Petrobras. Isso porque o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa foi preso, no dia 20 de março, sob acusação de envolvimento com o doleiro Youssef.