Entrega do Sistema Produtor Corumbá está prevista para dezembro de 2018
Obras do lado goiano foram retomadas em 4 de setembro. Na parte do Distrito Federal, trabalhos seguem e estão 68% executados
Retomada em 4 de setembro, a parte goiana das obras do Sistema Produtor Corumbá está com a estrutura de captação de água 60% executada e com 97% da adutora construída.
A entrega está prevista para dezembro de 2018. A partir dessa data, terá início uma fase de três meses de testes.
De acordo com a Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) — responsável pelas intervenções naquele estado e pelo anúncio da volta das obras —, até o fim do mês cerca de 100 funcionários vão trabalhar no local durante a semana.
Nesta terça-feira (12), o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice, acompanhou o ritmo dos trabalhos do governo de Goiás.
Segundo ele, Corumbá dará vazão a cerca de 30% do total captado hoje no DF. “Sem racionamento, a Caesb capta 9 mil litros de água por segundo, enquanto que, só em Corumbá, serão 2,8 mil. São obras fundamentais”, disse Luduvice.
O orçamento é de R$ 540 milhões, divididos de forma igualitária entre Distrito Federal e Goiás. No estado vizinho, as obras foram liberadas em 11 de maio, depois de terem ficado embargadas por suspeita de superfaturamento.
O que são as obras do Sistema Produtor Corumbá
As obras do Sistema Produtor Corumbá são fruto de um consórcio entre DF e Goiás. Cabe à Caesb a construção da Estação de Tratamento de Água, em Valparaíso (GO), e de 15,3 quilômetros de adutora. Isso está 68% executado.
Os 12,7 quilômetros restantes, a captação e a estação de bombeamento, em Luziânia (GO), são de responsabilidade da Saneago. “Falta fazer a rede de energia e o acabamento da captação”, informou o presidente da Saneamento de Goiás, Jalles Fontoura.
O caminho da água começa no Lago Corumbá 4, em Luziânia (GO), passa pela estação de bombeamento e vai para a de tratamento. De lá, segue para os locais que abastecerá.
Corumbá dará vazão a cerca de 30% do total captado hoje no DF
As regiões administrativas do DF que vão receber a água serão Gama e Santa Maria, em um primeiro momento; depois, Planaltina, Recanto das Emas e Riacho Fundo. Quatro municípios goianos do Entorno fecham a lista: Cidade Ocidental, Luziânia, Novo Gama e Valparaíso.
As intervenções vão beneficiar cerca de 1,3 milhão de pessoas — 650 mil no Distrito Federal e 650 mil em municípios goianos do Entorno — no início da operação do sistema. Em uma segunda etapa, esse número vai chegar a 2,5 milhões, metade em cada unidade da Federação.
Serão captados 2,8 mil litros de água por segundo na primeira etapa dos trabalhos, sendo 1,4 mil para o DF e 1,4 mil para Goiás. Em um segundo momento, para além de 2018, chegará a 5,6 mil litros por segundo, metade para cada um.
Testes na captação do Lago Paranoá começam na próxima semana
Em ritmo mais acelerado está a construção do Subsistema Produtor do Lago Norte. A partir de 20 de setembro, já começam a ser feitos testes de captação no Lago Paranoá. As obras estão 80% executadas e com previsão de entrega para 2 de outubro.
O investimento ficou em R$ 42 milhões, 15% abaixo do inicialmente estimado — R$ 49.437.958. O Ministério da Integração Nacional liberou R$ 55 milhões para as obras — a diferença volta para a pasta federal.
Serão captados 700 litros de água por segundo no braço do Torto, no Lago Paranoá. A estrutura vai ficar na ML 4, no Setor de Mansões do Lago Norte. Trata-se de uma estação compacta de tratamento de água, com membranas de ultrafiltração, uma das mais modernas tecnologias.
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Depois, a água vai para dois reservatórios: um no Lago Norte e um no Paranoá. Os locais abastecidos serão Asa Norte, Itapoã, Lago Norte, Paranoá, parte de Sobradinho II e Taquari. O fornecimento para essas regiões é feito pelo Sistema Produtor Santa Maria-Torto.
A Caesb tem também um projeto, já licitado, para captar, armazenar, tratar e distribuir água do Lago Paranoá de forma definitiva. As obras estão orçadas em R$ 480 milhões — o governo de Brasília negocia financiamento com a Caixa Econômica Federal.
O Sistema Produtor Paranoá vai atender 600 mil pessoas no Paranoá, no Lago Oeste, no Tororó, em Sobradinho e nos Condomínios Jardim ABC, Jardim Botânico e Alphaville.
Andamento das obras no Bananal
Com entrega também prevista para outubro, as obras do Subsistema Produtor do Bananal estão 67% executadas. A elevatória 1 e a captação estão prontas, e a elevatória 2, em processo de finalização. Todos os equipamentos e materiais já foram comprados e se encontram no canteiro da obra.
O Bananal significa um reforço de 726 litros por segundo para o Sistema Produtor Santa Maria-Torto. O investimento é de R$ 20 milhões, do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste, do Banco do Brasil.
Cerca de 170 mil pessoas serão beneficiadas com as intervenções, que incluem captação no Ribeirão Bananal e bombeamento para a Estação de Tratamento de Água de Brasília.
Pequenas obras de captação no Distrito Federal
No fim de março, a Caesb reativou a captação no Rio Alagado, no Gama. São 20 litros por segundo, que beneficiam cerca de 16 mil pessoas na região. Foram recuperados 4 quilômetros de trechos da adutora e instalada uma válvula redutora de pressão. A água captada passa por um tratamento simplificado e é encaminhada para a própria rede de distribuição.
Ainda no Gama, cerca de 15 mil moradores são abastecidos pelo Córrego Crispim desde novembro de 2016. São captados 40 litros por segundo desde a reativação de 3 quilômetros de adutora e a construção de mais 180 metros de redes. A água é tratada e encaminhada para o Reservatório do Gama.
Nas proximidades do Jardim Botânico e no Lago Sul, a captação do Córrego Cabeça de Veado — que desemboca no Lago Paranoá e complementa o abastecimento nas duas regiões administrativas — foi aprimorada. Quatro bombas para essa finalidade foram revitalizadas. Isso possibilitou o aumento da vazão de captação no córrego de 110 litros para 150 litros por segundo.
Outra medida foi a ativação de um poço, em São Sebastião, com capacidade de produção de 10 litros de água por segundo. A estrutura beneficia aproximadamente 4 mil pessoas. Guilherme Pera, da Agência Brasília. Edição: Raquel Flores