Toninho de Souza: cara da cidade

Na passagem dos 60 anos de fundação, cidade de Sobradinho (DF) destaca um dos seus maiores artistas plásticos e grande representante da nossa cultura nacional, Toninho de Souza, autor de livros, organizador de exposições e criador de grande acervo artístico.

Em fevereiro de 1960, chega na Quadra 07 de Sobradinho, um caminhão pau-de-arara cheio de mudanças de uma família que morava na Vila Amauri, que foi inundada na década de 50 para formar o atual Lago Paranoá, e hoje está submersa gerando inúmeros vídeos, livros e reportagens sobre sua existência, dos quais um artista de nossa cidade faz parte dessa série como um dos principais personagens.
A família que foi descarregada em pleno cerrado bruto, ocupando um dos lotes do conjunto E da Quadra 07, era apenas três integrantes, sendo o Sr. Otávio, Pedreiro, hoje se estivesse vivo estaria completando 104 anos e a Dona Otília, Dona de Cantina e costureira, que este ano completou 90 anos de existência e vive com seu filho, o nosso personagem em Sobradinho.
O nosso personagem, é obvio que frequenta o meio cultural de nossa cidade, com um atelier de arte e vive com sua família composta de sua esposa, quatro filhos, sendo duas moças e dois rapazes e naturalmente a sua mãe.
“Candangos” são os nomes que normalmente se intitulam os que chegaram na década de 50 para construir Brasília e os “Pioneiros de Sobradinho”, os que chegaram antes de Sobradinho ter sido inaugurada em 13 de maio de 1960, e “Sobradinhense”, os que nasceram na cidade.
A sua trajetória na cidade, na Quadra 07, só durou 4 anos. Na primeira oportunidade que seus pais tiveram para trocar ao barraco de madeira da Quadra 07 por outro na Quadra 4 que ainda estava em início de ocupação, não foi difícil. A Quadra 7 já estava toda ocupada, e a Quadra 4 era a menor quadra da cidade e ainda em formação.
A primeira escola, frequentada por nosso personagem foi a da Quadra 06, depois teve que ocupar temporariamente uma nova escola da Quadra 02, na entrada de Sobradinho, ao lado do Posto de Gasolina do Setor de Industria e retornado à escola anterior para terminar o curso primário que ia até a 5ª Série. Ele frequentou o Colégio de Sobradinho no tempo do Professor Eirado e também frequentou curso noturno na Escola da Quadra 11, ao lado da Escola Santo Elias. Nesses períodos, ainda era totalmente desconhecido, apesar de realizar pequenos estudos com lápis de cor e nanquim, o nosso personagem.
Quando começou a estudar no Ginásio de Sobradinho, da Quadra 04, continuou a idealizar desenhos com lápis de cor e nanquim em folhas de papel mimeografado de um lado, e branco do outro. Começou a escrever poesias, e um livro de literatura infantojuvenil na Biblioteca do Ginásio. Foi participante de peças teatrais naquele ambiente ginasial e por fim virou coordenador e ator principal de uma peça teatral de sua autoria, que recebeu o título: “As duas caras de um tímido” que foi apresentada no Ginásio com vários atores estudantis do ginásio.
Mas, o nosso personagem não parou por aí. Saiu do lápis de cor e do nanquim para a tinta guache e criou coragem e participou de uma exposição de arte no ano de 1969, no Ginásio de Sobradinho, momento importantíssimo que ficou nos anais do curriculum do artista hoje conhecido em mais de trinta e cinco países como Estados Unidos, México, Canadá, Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Venezuela, Costa Rica, Croácia, Paquistão, Reino Unido, Alemanha, Portugal, Espanha, França, Suíça, Bélgica, Iugoslávia, Iraque, Malásia, Índia, Japão, Itália, Bulgária, Países Baixos, Emirados Árabes Unidos, Rússia, Ucrânia, Irlanda, Finlândia, Holanda, Índia, Turquia, Taiwan e Brasil.
Bem, quem acompanha a história e mora na cidade de Sobradinho, já deve ter frequentado uma parada de ônibus que ele deve ter pintado com sua marca inconfundível em qualquer país que sua arte tenha chegado. Não precisa ir muito longe para identificar este artista. No Teatro de Sobradinho, tem escultura e mural de sua autoria, ou mesmo uma escultura de cor natural (ferrugem) na Praça Teodoro Freire ou antiga Santos Dumont.
Para não ter dúvida, dezenas de escolas da cidade, do DF, de outros estados do Brasil, já desenvolveram projetos com sua linguagem artística criada na década de 80 e 90 de repercussão nacional e internacional. E, este artista é considerado atualmente um precursor da Arte Digital no Brasil, mesmo antes de ele ter realizado seu manifesto da linguagem artística Pós Contemporânea no ano de 2016, no Espaço Chatô, da Fundação Assis Chateaubriand, no lote da sede do jornal Correio Braziliense.
Se ainda, não conseguiu decifrar o nosso personagem que dizem que é a “Cara de Sobradinho”, deve conhecer ou ter visitado a sede do Bumba-Meu-Boi no início do Século e defrontado com uma instalação de arte composta de tambores de metal com 3 e 4 metros de altura produzidos e pintados com suas pinceladas da Melanciacultura e do Melantucanarismo e que hoje não se encontram no local. Estes trabalhos de artes, foram produzidos em homenagem ao nosso maior artista popular do DF que nos deixou um legado cultural de imensa importância para a cultura do DF, que precisa de incentivo do Governo para retomar como Museu de Arte Popular Bumba-meu-Boi de Seu Teodoro, para visitação pública, coordenada por seu filho Guarapiranga.
E por fim, inúmeras participações culturais como artista, como criador e animador do “Show da Feira da Lua”, da Praça Santos Dumont, quando era Diretor de Cultura da Cidade de Sobradinho, e teve a honra de incentivar inúmeras bandas e artistas famosos do setor musical da cidade, que ainda estão na ativa e sendo reconhecidos pela população e mídia nacional. Sua atuação cultural foi significante para mudar o perfil cultural das músicas apresentadas na Feicotur de Sobradinho na década de 90, quando saiu do ciclo sertanejo para abraçar todas as categorias musicais interpretadas por nossos artistas (samba, MPB, Rock, pagode, reggae, funk e hip hop) com sua coragem de quebrar paradigmas de uma sociedade tradicional. Além de suas interações e intervenções artísticas culturais nas ruas da cidade no decorrer dos 60 anos da cidade, existe uma marca que virou monumento e podemos dizer que praticamente todas as crianças que nasceram depois de 1988, já subiram em uma pedra que ele pichou com tinta vermelha, verde e preta que tem uma imagem parecida com uma fatia da fruta que denominamos de “Melancia”.
O nosso personagem, que tem a “Cara de Sobradinho” é baiano, nasceu em Riachão das Neves, Bahia, em 1951, é artista plástico multimídia (pintor, escultor, muralista, gravador, desenhista, fotógrafo, cenógrafo, poeta, escritor, administrador e Curador) que divulga Sobradinho para todos os países do mundo com sua arte genuinamente brasileira, criada em Sobradinho. E assim, “Toninho de Souza” é um nome e uma marca registrada de nosso personagem para homenagear os 60 Anos de Sobradinho – “Cidade Arte”.

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