Gilmar Mendes diz que é preciso colocar freios nos procuradores da Lava Jato
O Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta terça-feira (23) que “é preciso colocar freios nos procuradores da Lava Jato”. Gilmar Mendes disse ainda que “o cemitério está cheio desses tipos de heróis”, se referindo aos procuradores do MPF que integram a força tarefa da Operação Lava Jato. A fala polêmica do ministro Gilmar Mendes ocorre após informações da delação premiada do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, que ligam o ministro Dias Toffoli, do STF, ao esquema de corrupção, vazarem na imprensa. Segundo a revista “Veja”, Léo Pinheiro relatou em depoimento a Polícia Federal, que a construtora OAS realizou obras na residência do ministro Dias Toffoli, ex-advogado do PT e amigo de Gilmar Mendes. A construtora é apontada como integrante do cartel entre empreiteiras e por integrar o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Gilmar Mendes afirmou que o vazamento da delação que cita o ministro Dias Toffoli ocorre por conta de Toffoli ter mandado soltar o ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo e fatiado a investigação contra a senadora Gleici Hoffman (PT). “Eu vi outro dia na TV uma procuradora da República falando que o Congresso tem que aprovar o projeto (10 Medidas Contra a Corrupção) porque teve o apoio popular (mais de dois milhões de assinaturas). Ora, de onde tiraram essa autoridade, essa legitimidade? Como assim, o Congresso tem que aprovar o pacote todo!. Depois será um desastre em termos de aplicações. Isso não vai prosseguir assim, a gente tem instrumentos para se colocar freios. É preciso colocar freios nisso, nesse tipo de conduta. No caso específico do ministro Toffoli, provavelmente entrou na mira dos investigadores por uma ou outra decisão que os desagradou. Isso já ocorreu antes no Brasil. O cemitério está cheio desses heróis”, afirmou Gilmar Mendes para o “Estadão”. A fala do ministro cria insegurança no avanço da Operação Lava Jato, coloca em cheque a atuação dos procuradores e uma possível intervenção do STF no curso da investigação. A revista “Veja” se resguardou no seu direito constitucional de não revelar a fonte que vazou a delação de Léo Pinheiro. Foto: Carlos Humberto/SCO/STF.
